segunda-feira, 16 de julho de 2012

Sócrates, o Doutor da Bola

Primeiramente, desculpem a falta de postagens. Estive andando pelo interior pernambucano e sem internet. Agora vamos falar sobre Sócrates (embora no começo do texto não pareça que faremos isso). A partir do primeiro vídeo, falaremos exclusivamente sobre Sócrates.

Você já se perguntou por que um jogador de futebol ganha tanto dinheiro para chutar uma bola? Certamente você deve ter se perguntado isso. Eu formulei minha própria teoria.
Em algum momento na história do futebol surgiram os patrocinadores. Eles ainda existem, são esses que vemos hoje estampados nas camisas dos clubes. Os produtos e serviços destes patrocinadores são consumidos pelos torcedores das equipes ou fãs de jogadores. Com o tempo, os financiadores do futebol passaram a ganhar mais e mais dinheiro e também a querer mais e mais dinheiro.
E por isso os jogadores são necessários. Para manter as vitrines, sem fazê-las perder valor. Um exemplo rápido. A frase "A seleção Brasileira de futebol representa o Brasil", é verdadeira ou falsa? Para a maior parte das pessoas é verdadeira. Mas a seleção não vive um bom momento. Suponhamos que a má fase da seleção se prolongue e piore. Os brasileiros vão perder o interesse na seleção, os investimentos de patrocinadores não terão rendimentos e uma grande vitrine deixará de existir.
Graças aos jogadores, sentimos, até certo ponto, orgulho de nossa seleção, assim como muitos outros países. Sentimos orgulho também de nossos times. Neymar ganha 3 milhões de reais em um mês por ser o melhor jogador (ou não) para representar o país e nos trazer orgulho (ou não) assim como faz com o Santos (ou não). Mas até agora, como 99,9% dos jogadores que ganham bem, Neymar é um mero peão do sistema, que ganha muito dinheiro fazendo isso e faz outros ganharem ainda mais dinheiro. Ele pode até não perceber isso, mas as coisas são assim.
Falando assim, pode parecer que eu esteja imune a tudo isso, mas eu mesmo compro vários produtos do Corinthians. Não quero ser mal interpretado, eu também me encanto e sou apaixonado pelo futebol, e a maior parte dos jogadores está interessada em ter uma carreira de sucesso e ser marcante onde jogar, mas, quer queiram, quer não, eles são usados para que outros enriqueçam.
Toda essa explicação é porque ao falar sobre Sócrates, eu não poderia deixar de dizer que ele foi diferente. Ele não foi um peão do sistema.  Sócrates era culto, formado em medicina, gravou 3 CD's e até escreveu peças teatrais. Sócrates liderou o movimento da Democracia Corinthiana (há um link no fim do post que fala sobre a Democracia), o maior movimento ideológico da história do futebol (se alguém conhecer algum maior, por favor, me mostre), discursou pedindo eleições diretas e entrou em campos com faixas pró-democracia na época da ditadura militar.

Corinthians com faixa de apoio à Democracia

Sócrates, com mensagem de incentivo ao voto na camisa.                         

Reportagem de 10 minutos sobre Sócrates. Uma espécie de introdução ao que vem agora.

No futebol, Sócrates foi ídolo no Corinthians (por mais discutível que isso seja, acho que o maior ídolo), clube em que jogou por 6 anos marcando 172 gols em 297 jogos (8º maior artilheiro) e na seleção brasileira, sendo capitão do time de 1982 (22 gols em 60 jogos, 4 gols em copas do mundo). Tinha grande visão de jogo e precisão cirúrgica nos passes, mesmo de calcanhar. Chutava bem com as duas pernas, era bom no jogo aéreo (era alto), por isso marcava muitos gols. Jogava com muita elegância, sempre parecendo jogar sem esforço.
Entre outras premiações, Sócrates foi eleito jogador Sul Americano do Ano em 1983 (a premiação que Neymar recebeu ano passado, só que ele concorreu com Zico, Maradona, Falcão...), entrou para a FIFA 100, a lista dos 123 melhores jogadores vivos feita por Pelé em 2004 e foi votado 61º melhor jogador do Século 20 pela revista World Soccer.
Começou sua carreira em 1974 no Botafogo de Ribeirão Preto, na época em que fazia faculdade. Faltava muitas concentrações, saindo de plantões e indo jogar. 
Em 1976, foi o artilheiro do campeonato paulista com 15 gols. Em 1977 o Botafogo conquista o primeiro turno do campeonato paulista e Sócrates é o destaque. Em 1978 transfere-se para o Corinthians, vencendo 3 campeonatos paulistas (1979, 1982 e 1983). Em 1982 nasce a Democracia Corinthiana, tendo sido ele o principal líder. 

                                           
Alguns gols de Sócrates pelo Corinthians.
                           
Sócrates em ação pelo Corinthians em 83, contra o Flamengo

Sócrates contra o Grêmio em 82. Para mais vídeos do doutor, clique aqui.

Em 1979 estréia pela Seleção Brasileira, jogando duas Copas do Mundo (1982 e 1986) e duas Copas Américas (1979 e 1983). Embora Sócrates, bem como o Brasil, tenha se apresentado bem nessas competições, principalmente na Copa do Mundo de 1982, o Brasil não venceu nenhuma delas. A seleção venceu apenas alguns mundialitos jogados na Inglaterra e na França. 

                                         
            Senão todos, quase todos os gols do Doutor da Bola com a seleção. Há 2 gols que foram anulados.

                                       
                              Mais de 10 minutos de jogadas de Sócrates pela seleção Brasileira.

Sócrates contra Tchecoslováquia em 82. Jogou muito.

Sócrates contra a União Soviética na Copa de 82. Marcou um golaço.


Em 1984, Sócrates transfere-se a Fiorentina, onde tem passagem de um ano, voltando ao Flamengo (sendo Campeão Carioca de 1986 e o módulo verde da Copa União de 1987, que não discutirei se foi Brasileiro ou não), depois jogando pelo Santos e encerrando a carreira no Botafogo de Ribeirão Preto.

                                      
                                         Sócrates em sua rápida passagem pela Fiorentina.

O segundo gol no vídeo é um golaço sensacional de Sócrates.

Descanse em paz Doutor! O senhor era um gênio! Eterno ídolo do Coringão!

http://www.meutimao.com.br/historia-do-corinthians/fatos-marcantes/democracia_corinthiana (Link para quem quiser saber mais sobre a Democracia Corinthiana).

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