sexta-feira, 11 de julho de 2014

A Um Jogo da Glória

A Copa do Mundo é a maior fábrica de lendas do futebol mundial. Se é que há necessidade, explico com um exemplo: Maradona. Tenho quase certeza de que se o lendário craque argentino não tivesse feito o que fez na Copa de 86, ele não seria tão lembrado quando se falasse a respeito dos melhores jogadores de todos os tempos.

Não me interpretem mal, meu objetivo aqui não é, de forma alguma, falar que o argentino não seja um dos maiores jogadores da história. O que quero destacar é que se ele não tivesse jogado o que jogou na Copa de 86 ele dificilmente seria listado pela maioria das pessoas entre os 10 melhores de todos os tempos.

Sendo um pouco mais polêmico agora, acho que o nível de reverência que o Pibe de Oro ganhou por causa do que fez naquele mundial totalmente justo. O que ele fez em 86 foi fantástico, na minha opinião, a melhor participação individual de um jogador numa Copa. Olho para seus lances e me pergunto se qualquer jogador, em sua melhor fase e nas mesmas condições, poderia ter feito melhor (e, possivelmente, ninguém poderia).

Maradona com o Troféu em 86. Você pode ler sobre o argentino clicando AQUI.

Bom, após essa introdução, indo mais diretamente ao foco do texto, vamos tratar da seguinte pergunta: quem pode ser consagrado na Copa do Mundo do Brasil (ou quem já foi)? Bom, um nome que certamente veio à mente dos leitores foi o de Lionel Messi. E, de fato, se a Argentina vencer a final depois de amanhã, talvez o craque do Barcelona passe a ser tido como o maior futebolista de seu país em todos os tempos.

Eu não acho que, pelo que demonstrou até agora, Messi (que é um jogador incrível) seja o maior jogador de todos os tempos (pelo menos não em termos de técnica, que é o que mais me importa). Mas, sinceramente, se a Argentina vencer domingo, que argumento "concreto" eu terei para dizer que, por exemplo, Ronaldo e Maradona foram melhores que Messi? 

O atual craque da Argentina supera ambos os citados em "estatísticas brutas" e em títulos por clubes. Se "La Pulga" ganhar a Copa do Mundo, principalmente fazendo uma boa final, praticamente só restarão critérios subjetivos  para dar suporte a ideia de que ele seja inferior ao Fenômeno e ao Pibe de Oro. Em resumo, se a Argentina vencer a Alemanha depois de amanhã, muitos passarão a considerar Messi o maior jogador de todos os tempos (já há quem pense assim, mas muitos outros irão aderir a essa ideia em um cenário no qual a Albiceleste leve o mundial).

Mais um jogo, e Messi pode ter o único grande título que lhe falta

Quem já foi consagrado nessa Copa foi Miroslav Klose, o maior goleador de todos os mundiais. Confesso que, primeiramente, achei ruim essa quebra de recorde, por dois motivos. O primeiro, bem evidente para quem acompanha minhas postagens, é que ele quebrou o recorde do meu maior ídolo no futebol. O segundo é que eu não achava, digamos elegante, olhar para a tabela dos maiores artilheiros das Copas e ver o nome de um jogador que é apenas bom (não um craque, muito menos um gênio) encabeçando essa lista.

Mas, depois de pensar um pouco, eu acho positivo que o recorde esteja nas mãos de Klose. Ele é um jogador humilde, esforçado e disciplinado (para se ter ideia, ele dorme às 20:00h). Vejo que a marca do alemão transmite a seguinte ideia: "Com dedicação e trabalho duro suficientes, até alguém que não tem um super talento pode ser o maior artilheiro da maior competição que existe." E essa é uma bela mensagem.

Só abrindo espaço para uma observação que eu, como fã do Ronaldo, não poderia deixar de fazer. O brasileiro não é diminuído em nada com a quebra de seu recorde, obviamente continua sendo um dos maiores jogadores de todos os tempos, como diz o próprio Klose: 

"O que tenho a dizer para ele é o mesmo que dissera para ele antes de quebrar seu recorde: que ele é uma lenda do esporte. Jogo na Itália e todo mundo com quem eu falei lá disse que o Ronaldo foi o melhor jogador que já atuou na Itália. Para mim, ele é o jogador mais completo de todos os tempos."

Mais uma coisa sobre Klose: ele é muito honesto. Tanto que ele até marcou um gol de mão, mas disse ao juiz e o tento foi anulado. Aqui estão os 16 gols do alemão em Copas.


Mas a consagração de Miroslav Klose pode ser mais completa. Apesar de seus 16 gols em mundiais, o atacante jamais venceu uma Copa do Mundo. Caso a Alemanha vença a final, não só ele, como na verdade toda a geração de craques e grandes jogadores desse país serão lembrados como parte de um time lendário. Esses atletas (muitos deles) já ganharam tudo que podiam com o Bayern de Munique, mas não conseguiram nenhuma grande conquista por sua seleção. 

Um triunfo germânico no domingo e isso muda bruscamente. Müller, Schweinsteiger, Kroos, Lahm, Neuer e seus colegas de seleção serão lembrados por sua força coletiva. Com mais algumas conquistas, essa geração poderia até ser mais lembrada do que a fantástica equipe holandesa nos anos 70 (que foi, por duas vezes, vice na Copa e ganhou tudo no Ajax), e, quem sabe, poderá ser considerada a maior equipe da Alemanha em todos os tempos (superando o time de Gerd Müller e Beckenbauer). E tudo isso sem nenhum grande destaque individual.

O timaço alemão, que acabou com o Brasil.

Talvez seja um pouco injusta a discrepância entre o reconhecimento que essa geração receberá se vencer e a maneira como será lembrada se perder, mas, no fim das contas, a história quase sempre só se lembra dos ganhadores. Por agora é tudo, e, antes que alguém pergunte, estarei torcendo para a Alemanha. Por agora é tudo, clique AQUI para curtir nossa página no facebook.

terça-feira, 8 de julho de 2014

Brasil x Alemanha - A Maior Humilhação

Hoje, a exemplo do que ocorreu na final da Copa das Confederações, vamos escrever o texto sobre o jogo de hoje com ele em andamento. Tomara que, assim como naquela ocasião, o Brasil também dê um show. Hoje vamos jogar com Bernard no lugar de Neymar e Dante substituindo Thiago Silva. Boas opções, mas particularmente a primeira me surpreendeu um pouco.

Brasil começou pressionando, Marcelo já arriscou o primeiro chute e o juiz cometeu o primeiro erro. Neuer aparece, sempre seguro e calmo. Vai ser extremamente difícil fazer gol nele... Mas vai Brasil! 6 minutos e o jogo está morno, com a bola transitando mais entre as intermediárias. 

Caramba, vendo esse lance do Fred tenho a impressão que ele está bem sem confiança. Ele recebeu a bola na entrada da área e, em lugar de chutar, tentou o toque. Era melhor ter chutado. Paciência. Marcelo acabou de armar o contra-ataque da Alemanha, mas pelo menos cortou para escanteio. Putz... Gol do Müller (possivelmente o futuro maior artilheiro das Copas). Como que deixa um jogador perigoso desses sozinho. Espero que o Brasil tenha controle emocional para buscar a virada.

Que lance do David Luiz! Mas Hulk cruzou mal. Brasil vai tentando, mas é difícil entear na defesa da Alemanha.  Marcelo vai chegando... Não foi penalti, carrinho na bola. Após o replay tenho mais convicção ainda. Bom cruzamento do Oscar. A nossa seleção tenta pressionar.

21 minutos e o jogo está muito truncado. O Brasil até tenta, mas a Alemanha fecha bem a defesa, com os volantes e o laterais. Puta merda, gol do Klose. Caraca. Esse jogador que não é um craque agora é o maior artilheiro das Copas. E ainda lascou o Brasil. Que droga. Júlio rebateu para o meio em vários jogos, e hoje deu problema. 

Caraca, isso é Santos e Barcelona? Minha nossa, 3 a 0. Cruzamento na área e Kroos pega de primeira e faz o terceiro. Pqp... Outro gol do Kroos. 4 a 0. Que humilhação. Mas o pior é que teoricamente dá tempo. Se a Alemanha fez 4 em 25 minutos, teoricamente, nós poderíamos fazer em 65, mas ... Puta merda. Que zona. 5 a 0. Meu Deus do céu. Até o Khedira fez gol. Parece até pelada. O que aconteceu com a nossa defesa?!? Quase que era outro gol do Kroos.

A moral da tropa tá baixa... Será que eu preciso mesmo escrever alguma coisa sobre esse jogo?

O Brasil está indo para cima no segundo tempo, não tem o que fazer. Rezando aqui por uma virada histórica, por mais improvável que seja. Quase não dá para vibrar, mas o Brasil voltou bem. Caraca, não perde o gol, Oscar! Mas o Neuer é um goleiraço. Que chutes do Paulinho! Neuer é muito bom! Fred, faça o favor de chutar feito homem. Os jogadores da Alemanha tão dando risada.

Primeira defesa do Júlio César. Não dá para jogar a culpa da derrota nele, mas acho que ele falhou no segundo e no terceiro. Ah, peraí, para de se jogar. O Neuer é bom, mas vamos fazer pelo menos um. Paulinho deveria ter começado jogando... 

Gol!!! É da Alemanha! Não, pera... 6 a 0, o que vem a ser isso?  Caramba, Willian no lugar do Fred. Será que o Felipão pensou nisso sozinho? Queria pelo menos um gol de honra. Boa jogada Willian... Gol da Alemanha. Uma pausa: torcida que está no estádio não sabe torcer, cara, não se vaia o próprio time. Como que está a cabeça dos jogadores? O Casagrande também tá de brincadeira. Os comentaristas elogiaram a escalação antes do jogo e agora ele diz que o time foi muito mal escalado. GOL!!! Oscar!!!

Então, se é que há algo para ser analisado o Brasil apagou nos minutos seguintes ao gol do Klose, perdeu o jogo ali. Júlio César falhou em alguns gols, mas enfim a gente foi muito inferior em tudo. Acho que o Neymar e o Thiago Silva não teriam evitado nossa derrota, que é a maior goleada da história de nossa seleção. Talvez o segundo pudesse pelo menos ter evitado que a seleção tomasse tantos gols, mas vai saber. Vou parar esse post por aqui, não vou colocar link, agora vou tentar fazer qualquer coisa para esquecer essa partida. Boa noite, e vai Brasil!!! Ainda somos os maiores campeões do mundo, e o Ronaldo continua sendo infinitamente melhor que o Klose!!

Di Stéfano, A Flecha Loira

Começo esse post no dia em que falece um dos maiores jogadores de todos os tempos, uma verdadeira lenda, Alfredo Di Stéfano. Para muitos, este argentino é o melhor futebolista de todos os tempos, tendo ficado em segundo na lista dos maiores jogadores feita pela World Soccer em 1999. A fim de prestar uma justa homenagem a esse grande craque, vamos recontar sua trajetória no futebol.

Alguns gols e dribles deste lendário jogador

O Início: River Plate, Millionarios e Hurácan


Em 1945, o talentoso jovem Di Stéfano iniciou sua carreira no River Plate  (a época, o melhor time da Argentina). Acabou sendo emprestado ao Hurácan em 1946, onde marcou 10 gols em 25 jogos. Neste clube, deu mostras suficientes de seu talento para, já no ano seguinte, ser titular do River e da seleção Argentina. Com os Hérmanos, a flecha Loura venceu a Copa América em 47, sendo artilheiro com 6 gols, e com "La Maquina" venceu o campeonato argentino, balançando as redes em 27 oportunidades, mais do que qualquer outro.

Ele continuou com boas apresentações em 1948, embora tenha tido menos sucesso, e, no ano de 1949, junto com muitos outros futebolistas de seu país, foi para o Millonarios. No clube colombiano, venceu a liga nacional deste país em 49, 51 e 52, sendo que neste último ano, chamou a atenção do então presidente do Real Madrid, Santiago Bernárbeu (após seu clube bater os Merengues por 4 a 2). O Real então fez o melhor negócio de sua história: em 53 contratou Di Stéfano impedindo que o mesmo fosse para o Barcelona, que já havia iniciado negociações com o clube colombiano.

Partida entre Real Madrid e Millonarios, em que Di Stéfano marcou o segundo e o quarto dos colombianos


O Auge: Real Madrid (54-60)


Algumas coisas devem ser ditas antes de falarmos sobre os feitos da Flecha Loira no Real Madrid. A primeira delas é que, na época de sua chegada, o Barcelona, que contava com László Kubala, começava a se notabilizar, tendo vencido os dois últimos Campeonatos Espanhóis, assim como as três Copas da Espanha anteriores. Além disso os merengues nem de longe eram a potência que são hoje, estando a mais de 20 anos sem levantar um troféu da Liga. Naturalmente, com a chegada do craque argentino (que a essa altura já se naturalizara colombiano), as coisas mudarão para os Blancos. 

Logo em sua primeira temporada, Di Stéfano leva o Real Madrid, que também havia contratado Francisco Gento, à conquistar o Campeonato Espanhol, já sendo artilheiro do certame. Os Merengues levaram também a edição 54-55 da Liga, a segunda com o argentino. Mas isso era apenas o começo. Na temporada seguinte monta-se a primeira edição do que hoje conhecemos como UEFA Champions League e os Blancos vencem a competição, com a Flecha Loira marcando em todas as fases.

Final da primeira Champions, emocionante 4 a 3. Di Stéfano fez o primeiro gol do Real (o terceiro no vídeo).

Mas as coisas ficariam ainda melhores: no ano seguinte o Real deixa seu time ainda mais forte, contratando o francês Kopa, e pela primeira vez vence o Espanhol e a Champions na mesma temporada. Di Stéfano, artilheiro e principal jogador do time, após se naturalizar Espanhol (em 57 estreou por sua terceira seleção, com 3 gols), recebe sua primeira Bola de Ouro.

Di Stéfano jogando pelos Blancos.

Foi o jogador mais inteligente que eu vi jogar, transpirava esforço e coragem. - Bobby Charlton, Bola de Ouro em 66, falando sobre Di Stéfano. O Manchester, em que Charlton jogava, foi eliminado pelo forte Real Madrid nas semifinais da Champions em 57.

O Real seguia se reforçando, e ia colecionando títulos. Para a temporada 57-58 o grande reforço seria o zagueiro uruguaio Santamaría. Mais um campeonato Espanhol  e mais uma Champions viriam. No entanto, em 58, Di Stéfano acabaria sendo "esquecido" pela Bola de Ouro, possivelmente por não ter jogado a Copa do Mundo naquele ano. Seu colega de time Raymond Kopa ficaria com o prêmio.

Os Blancos se reforçavam a cada ano, e como tudo que é bom pode ficar ainda melhor, o próximo reforço do Real Madrid seria nada menos que Férenc Puskás, que formou uma parceria simplesmente histórica com Di Stéfano. Assim, chega a ser quase desnecessário falar que os Blancos, pela quarta vez seguida, venceram a Champions League na temporada 58-59. Em 59 a Flecha Loira voltaria a receber a Bola de Ouro. Mas seria no ano de 1960 que a equipe de Madrid chegaria ao seu melhor momento.

Na temporada 59-60 o Real Madrid jogou, para muitos, o melhor futebol que um clube já apresentou. Nesse ano os Blancos venceram não só uma quinta Champions League, mas fizeram isso vencendo todos os jogos, sendo 6 a 3 o placar agregado mais apertado da campanha merengue. Na final, venceram a equipe alemã Eintracht Frankfurt por 7 a 3, com três de Di Stéfano e quatro de Puskás.

Os Lances de Di Stéfano na final da Champions em 1960 (o título está errado), vale muito a pena ver.

Os Últimos Anos: Real Madrid (61-64) e Espanyol


Di Stéfano continuou jogando em altíssimo nível pelo Real nos anos que se seguiram, mas acabou tendo menos sucesso. Mesmo assim venceu quatro Campeonatos Espanhóis seguidos da temporada 60-61 até a 63-64. Todavia, na primeira das temporadas citadas, os Blancos foram, pela primeira vez, eliminados da Champions, e pelos seus rivais, o Barcelona. O clube catalão tinha o então Bola de Ouro Luis Suárez (não confundir com o uruguaio), e eliminou os Merengues em uma partida na qual o brasileiro Evaristo de Macedo (não confundir com o jornalista) marcou o gol decisivo.

Ele estava mais velho, mas vocês podem ver sua qualidade. Aqui seus lances contra a Inglaterra em 63.

Outros pontos altos dos últimos anos de Di Stéfano no Real Madrid foram os vice-campeonatos da Champions em 61-62 (em que foi artilheiro) e 63-64. A Flecha Loira entretanto já contava com uma idade bastante avançada e, após 61, ele passa a não figurar mais entre os indicados à Bola de Ouro. Em 64, já com 38 anos, deixa o Real Madrid, indo para o Espanyol, onde jogou até aposentar-se em 66. Miguel Muñoz, então treinador madrilenho justificou a saída do ídolo com os dizeres:

Alfredo era meu amigo e companheiro de quarto nos hotéis e concentrações. Eu o admirava. Na realidade, me deixava de olhos arregalados cada vez que pegava na bola. Mas já tinha 38 anos e suas condições físicas não eram as melhores. Poderia ter continuado titular jogando somente como ponta, com um raio de ação limitado, como Ferenc Puskás, mas queria seguir estando em todos os lugares do campo. Não podíamos seguir assim.

Mais gols e lances de Di Stefano por Espanha e Real Madrid

Uma Fatalidade: Ausência em Copas do Mundo


Devido a uma série de coincidências, Di Stéfano acabou nunca jogando uma Copa do Mundo. Em 50 não jogou porque a Argentina se recusou a participar do torneio, que era no Brasil. Já em 54 teria jogado pela Espanha, não fosse o fato de ainda não ter a cidadania espanhola, e, portanto não poder ser convocado (Argentina e Colômbia não jogaram nessa edição da Copa).

A Copa de 58 foi a única edição em que Di Stéfano, de certa forma, ficou fora por sua própria culpa, pois, já jogando pela Espanha, acabou perdendo a vaga para a Escócia (que a época era uma seleção relativamente forte). Em 62 a Fúria, contando com a Flecha Loira e Puskás, acabou se classificando para o mundial, mas o argentino naturalizado acabou ficando fora do mundial por uma lesão na coxa.

 Por seleções o único torneio que venceu foi a Copa América com a Argentina, em 47, à qual fizemos menção no início do texto. De qualquer forma, Di Stéfano segue sendo um dos maiores (talvez até o maior), jogadores do mundo em todos os tempos. 

Se Pelé foi o violinista principal, Di Stéfano foi a orquestra inteira. - Helenio Herrera, ex técnico do Barcelona.


Não menos que um gênio do futebol. Descanse em paz, Di Stéfano.

Descanse em paz, Di Stéfano. Você pode curtir nossa página no Facebook clicando AQUI e pode encontrar mais vídeos de Di Stéfano neste CANAL.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

O Brasil Pode Ganhar!

Passei alguns dias sem escrever, principalmente por questão de estudo. De qualquer forma, voltemos à Copa do Mundo. Embora muitas coisas tenham acontecido desde nossa última postagem, como três jogos do Brasil e todas as partidas das oitavas de final, vamos falar apenas sobre o assunto mais importante deste momento: Neymar está fora da Copa do Mundo.

Em um jogo relativamente tranquilo, nossa seleção contou com gols dos zagueiros David Luiz e Thiago Silva para vencer a Colômbia por 2 a 1, sendo pressionado apenas no final. Todavia, aos 41 minutos do segundo tempo, a principal estrela de nossa seleção sofreu falta dura de Zuñiga, e deixou o campo chorando. Pouco mais de uma hora e meia mais tarde veio a notícia de que Neymar fraturou a terceira vértebra lombar e, portanto, está fora da sequência da Copa.

Como comentaristas de diversas emissoras apontaram que a seleção brasileira depende de seu camisa 10, uma das primeiras perguntas que vêm às nossas cabeças é: será que o Brasil pode vencer a Copa sem o Neymar? Bom, estou bem longe de negar que ele é importante para o nosso time, mas acho que o título da postagem deixa minha opinião bem clara: não dependemos dele e podemos levar o hexa em 2014.

As estatísticas mostram que Neymar é o jogador que mais consegue criar situações de gol em nossa seleção, tendo participado diretamente de 6 dos 10 gols que nossa equipe marcou na Copa. Esses números evidenciam que, de fato, nosso camisa 10 é muito importante para o Brasil, mas sua importância não se resume a isso. Ele é fundamental também para abrir espaços para os colegas de time, pois é sempre muito marcado, e também faz com que a equipe se sinta mais confiante.

Neymar é muito importante para a criação das jogadas de gol

Todavia, apesar de tudo o que foi falado até agora, o Brasil não depende de Neymar, e, prova disso, é que, nos últimos dois jogos, ele jogou muito mal (a verdade tem de ser dita), e nós passamos. Nessas partidas, nosso camisa 10 cobrou dois escanteios que resultaram em gols, mas esteve muito individualista, perdendo a bola repetidas vezes em ambos os jogos, e também errou diversos passes (segundo estatísticas da placar, ele foi desarmado 17 vezes contra o Chile, mais do que na primeira fase inteira, e não acho que tenha perdido menos bolas hoje). 

Gostaria de fazer uma observação aqui, apenas para ressaltar que, mesmo sendo o jogador que mais perdeu a bola no torneio, nosso camisa 10 é muito importante para o time, apenas fez dois jogos ruins. Eu esperava que, na sequencia, ele voltasse a perder menos bolas e a marcar gols, mas digo que nas duas últimas partidas ele foi, tirando os escanteios, quase nulo, para indicar que não dependemos dele.


A marcação foi dura em cima de Neymar, e ele perdeu a bola muitas vezes

Quem provavelmente vai entrar no time, é Willian, que é um jogador de qualidade, que é bom nos quesitos de drible e passe, mas não é tão eficiente na finalização. Creio que, no saldo de tudo, nosso time fica sim menos forte, mas ainda é um time competitivo. Sem o nosso camisa 10 nós provavelmente teremos mais dificuldades em criar chances de gol (inclusive porque nossos demais jogadores serão mais marcados), mas, por outro lado, é possível que mantenhamos mais a bola, já que, a princípio, ninguém será desarmado tanto quanto Neymar vinha sendo. 

Caso alguém não saiba (o que eu duvido), nosso próximo jogo é contra um adversário fortíssimo, a Alemanha (que o Klose não faça gol), mas nós podemos sim vencer, mesmo sem Neymar. Aliás, espero que nossa seleção, que também não contará com Thiago Silva (suspenso), consiga reverter a ausência do camisa 10 em motivação para jogar melhor. Amanhã teremos Bélgica e Argentina, e, meu palpite é que a Bélgica fará uma excelente partida (mas pode perder mesmo assim), além de Holanda e Costa Rica (a princípio a Laranja Mecânica é favorita, mas futebol se decide no campo).  Apenas uma última informação, a recuperação de Neymar deve levar 4 a 6 semanas, sem a necessidade de cirurgia. 

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#ForçaNeymar
#RumoaoHexa

quinta-feira, 19 de junho de 2014

A Raça Celeste em Ação

Após uma estreia, em certa medida vexatória, o Uruguai precisava vencer a Inglaterra para seguir vivo na Copa. E a Celeste colocou o coração na ponta da chuteira, jogando com a raça que lhe é tradicional. Isso associado ao talento da dupla Cavani e Suárez conduziu a seleção sul-americana à vitória de que tanto precisava.

O Uruguai entrou ligado desde o início, marcando no campo da Inglaterra. No entanto, apesar do ímpeto inicial da Celeste, foi a Inglaterra quem quase abriu o placar. Aos 8 minutos Rooney cobrou falta, e a bola passou perto da trave. A resposta sul-americana veio instantes depois, em uma bomba de Cristian Rodriguez.

A partir daí as chances de gol foram raras. Ambas as seleções tinham dificuldades em construir jogadas, esbarrando na marcação uma da outra. Se com a bola rolando estava difícil, a Inglaterra chegaria muito perto de abrir o placar em cobrança de falta de Gerrard. O meia cruzou para Rooney, que, quase dentro do gol, cabeceou na trave (em defesa do atacante do Manchester, era uma bola difícil para ele, em função de sua estatura).

Aos 37 minutos, o Uruguai finalmente conseguiu a oportunidade de pegar o adversário com a defesa desarrumada, e não desperdiçou. Em rápido contra-ataque, Lodeiro lançou para Cavani, que avançou e esperou o momento certo para cruzar para Suárez, que entrava nas costas de Jagielka. Recebendo a bola na cabeça, o camisa 9 da Celeste aproveitou a chance, cabeceando no contrapé de Hart. 1 a 0 para os sul-americanos, resultado que persistiu até o intervalo.

Suárez abre o placar para a Celeste.

No início do segundo tempo, o Uruguai lançou-se ao ataque, e, por duas vezes, esteve perto do gol. Primeiro Suárez cobrou escanteio, e a bola tomou o rumo do gol inglês, quase surpreendendo Hart, mas o goleiro fez a defesa. Na sequência Cavani tabelou com Lodeiro, entrou na área e chutou para fora, perdendo excelente chance.

Após isso iniciou-se uma pressão inglesa em busca do empate e Rooney teve nova chance de gol. Após cruzamento rasteiro ele tirou a defesa uruguaia da jogada e bateu firme, mas Muslera fez uma grande defesa. Todavia a Celeste teria um susto ainda maior aos 15 minutos da etapa complementar.

Após receber uma joelhada (involuntária) na cabeça, Álvaro Pereira desmaiou em campo por alguns instantes.  Os médicos rapidamente entraram em campo e o jogador foi retirado de maca, e na sequencia protagonizou uma cena emocionante. Ainda tonto e recobrando a consciência viu o médico fazendo sinal para que ele fosse substituído. Nesse momento ele começou a gesticular energicamente dizendo que queria jogar, e voltou a campo, completando a partida com a mesma raça e aplicação de antes do incidente. Após a partida, quando perguntado sobre porque não sair, respondeu "A Celeste antes de mais nada".

Mas, embora Álvaro Pereira e os outros componentes da defesa uruguaia muito se aplicassem para segurar o 1 a 0,  a insistência de Rooney foi premiada. Johnson e Sturridge fizeram bela jogada pela direita, e o lateral serviu o atacante do Manchester, que, em 10 jogos, marcou seu primeiro gol em copas.

Rooney empatou a partida

A Inglaterra sentia que o momento era seu e foi em busca do gol da virada. O tento decisivo quase veio quando Sturridge girou em cima de Godín e obrigou Muslera a fazer uma bela defesa. No entanto, quando a partida parecia caminhar para o empate (o que certamente complicava muito a vida uruguaia), Luis Suárez apareceu novamente.

Muslera cobrou o tiro de meta, Gerrard dividiu com Cavani, e escorou a bola na direção do seu companheiro de Liverpool, Suárez. Dentro da área, o atacante dominou e soltou a bomba, para dar números finais ao jogo e decretar a vitória da Celeste por 2 a 1.

Suárez marcou também o segundo gol. Atacante foi as lágrimas com o tento marcado.

Que jogo, leitores. A melhor partida da Copa até agora, pelo menos na minha opinião. O Uruguai mostrou que jogando com raça é um adversário difícil para todas as seleções, e que seu talentoso ataque pode resolver a qualquer momento. Mas, se quiserem passar às oitavas de final, nosso vizinhos terão de provar sua força mais uma vez. De fato, se o time de Suárez e Cavani não conseguir pelo menos um empate contra a Itália, ela estará eliminada da Copa, independentemente dos resultados dos demais jogos do grupo.

Com os resultados obtidos o Uruguai tem -1 de saldo, enquanto a Inglaterra tem -2. Se a Celeste perder para a Itália, terá, na melhor das hipóteses, -2, e o English Team, vencendo a Costa Rica, irá no mínimo a -1 de saldo (ambas as seleções estarão com três pontos), levando à eliminação dos sul-americanos. Nos outros cenários em que os comandados de Tabárez perdem para a Azurra, eles também são desclassificados, porque a seleção da América Central terá, no mínimo, empatado um de seus jogos, indo portanto a 4 pontos, passando os campeões da última Copa América.

A Inglaterra, por sua vez, pode passar no primeiro cenário, em que a Itália vence ambos os jogos que ainda fará, e os ingleses triunfam ante a Costa Rica, mas com um detalhe: o time que derrotou o Uruguai em sua estreia teria de perder um de seus jogos por pelo menos dois gols de diferença, já que nesse momento tem dois gols de saldo.

 Já a Costa Rica, de modo um tanto quanto inesperado, tem chances reais de classificação. Olhando a tabela, se eles conseguirem um simples empate nos próximos dois jogos, supondo que o Uruguai não vá vencer a Itália, a equipe da América Central só não passa se tomar alguma goleada (caso terminem com os mesmos pontos e saldo dos uruguaios, os costarriquenhos poderão passar no critério confronto direto).

A Itália, a princípio, é a seleção mais tranquila do grupo. Com uma vitória teoricamente provável amanhã, o time de Pirlo só não passa se ocorrer uma derrota da Azurra por dois ou mais gols de saldo ante a Celeste, combinada a um triunfo costarriquenho contra a Inglaterra. O que não é impossível, mas está longe de ser muito provável. No entanto se não ganhar amanhã, a Azurra passa a ter uma chance considerável de não passar para as oitavas.

Suárez foi "o cara" hoje. Entrou numa situação dificílima e resolveu.

Por agora paro por aqui. Como podem ver o grupo D ainda continua bastante embolado, com todos os times podendo tanto se classificar quanto ficar de fora. Se você quiser continuar acompanhando nossa cobertura da Copa do Mundo, clique AQUI e curta nossa página no facebook.







Velozes e Furiosos

A Espanha pode até não ter sido aquela Fúria que todos esperavam, mas tenho certeza que os seus jogadores estão bastante "furiosos" agora, já que a participação deles neste mundial será bastante veloz... Pois é, surpreendendo inclusive este que vos escreve, a tão temida seleção espanhola está eliminada da Copa.

Como cheguei a escrever aqui, eu acreditava na classificação da Espanha, mesmo após a goleada sofrida ante a Holanda. Muitas vezes uma grande derrota ajuda a renovar a motivação de um time, e era isso que eu esperava que acontecesse com a Fúria, levando-os a jogar bem novamente. Mas não foi bem isso o que aconteceu.

O Jogo


O Chile começou a mostrar que a Espanha teria problemas logo de cara. Com menos de dois minutos a Roja sul-americana já havia assustado duas vezes, em chute de Vargas e em cabeçada de Jara. Mas depois disso a Espanha passou a ter o controle da posse de bola, como tem sido de praxe nos últimos anos. No entanto as chances de gol eram escassas. 

Em contrapartida a equipe Chilena apostava nos contra ataques e na velocidade. Após passe errado de Xabi Alonso, os sul-americanos armaram uma jogada muito rápida: Sánchez deu um passe brilhante para Aránguiz, que tocou de calcanhar para Vargas, livre de marcação, tirar Casillas do lance e abrir o placar para a Roja. 

A situação da Espanha tornava-se complicada, mas se tornaria ainda pior. Após alguns minutos tentando criar uma chance clara de gol, que acabou não aparecendo, a Espanha sofreu novo contra ataque, e Sánchez foi parado com falta. Ele mesmo cobrou e Casillas defendeu mal, dando rebote para o meio da área. Aránguiz pegou a sobra e acertou um belo chute. O Chile tinha a vantagem de 2 a 0.

A Espanha voltou para o segundo tempo disposta a tentar a reação, e quase descontou logo no início da etapa complementar. Diego Costa cruzou de bicicleta e Busquets, quase dentro do gol, chutou para fora. Seria a melhor chance da Fúria.

A sequência do jogo foi quase uma repetição do que aconteceu no primeiro tempo: a Espanha tinha a bola, chegava com certo perigo, mas o Chile criava as melhores chances de gol, no contra ataque. A única diferença é que na segunda etapa a Roja sul-americana não conseguiu ampliar o placar. Essa situação se prolongou até o final do jogo, sem que a Fúria conseguisse criar mais do que alguns chutes de fora da área, e o placar seguiu 2 a 0 para o Chile, decretando a eliminação da Espanha. É a primeira vez que um campeão mundial está matematicamente eliminado da Copa em apenas dois jogos.

Aqui estão os gols do Chile, que levaram à eliminação da Fúria.

Análise


Quanto ao que aconteceu no jogo acho que não há muito o que ser dito. A exemplo do que aconteceu em alguns jogos do Barcelona (como aqueles contra o Bayern, em 2013) e em outros jogos da própria Espanha (como a estreia contra a Holanda), o tiki-taka acabou se mostrando ineficaz contra uma estratégia baseada na marcação e nos contra ataques em velocidade. 

Mas se o que vimos foi um filme repetido, esta pode ter sido a última vez em que ele esteve em cartaz. É bem possível que após as derrotas recentes sofridas com o tiki-taka o Barcelona e a Espanha acabem desistindo dessa maneira de jogar. Assim o fracasso de ontem pode ter significado não apenas o fim do ciclo de conquistas da Fúria, como também o fim da maneira de jogar proposta pelos atuais campeões mundiais.

Naturalmente a Espanha, tendo ou não chegado ao fim de seu ciclo, influenciará bastante na maneira de jogar futebol dos próximos anos, visto que certamente muitas equipes fortes vão utilizar elementos do tiki-taka em seu modo de jogo. É bem possível, aliás, que alguma nova maneira vitoriosa de jogar futebol derive deste estilo, assim como ele próprio foi originado a partir do futebol total holandês.  

Pode não ser provável, mas a Espanha até pode voltar a ser vitoriosa. O tiki-taka no entanto, precisa ser atualizado ou deixado de lado.

De qualquer forma, essa geração espanhola e o seu tiki-taka ficam na história. Se é verdade que a primeira muito possivelmente não voltará a levantar troféus da Eurocopa ou da Copa do Mundo,  também é fato que a Fúria dos últimos anos foi uma das seleções mais vitoriosas da história do futebol. Da mesma forma, se o famoso estilo de jogo da Fúria tem se mostrado ruim contra um sistema pautado no contra ataque rápido, muitas outras estratégias foram nulas contra ele nos últimos anos. 

Depois de falar tanto sobre o significado histórico que a partida de ontem pode ter tido, gostaria de dizer que o Chile jogou uma excelente partida, e que se mostra uma seleção muito forte. É bem possível que vençam também a Holanda, ou até mesmo o Brasil em um eventual confronto nas oitavas de final. A essa altura, sequer tenho certeza quanto a qual adversário prefiro que a nossa seleção enfrente na próxima etapa da Copa, embora continue com a impressão de que a Laranja Mecânica será um adversário mais problemático.

O Chile pode ser o adversário do Brasil nas oitavas, e, embora tenhamos bom retrospecto contra eles, seria um jogo difícil.

Apenas a título de nota, a Holanda teve dificuldades, mas venceu a Austrália e também pode ser a adversária do Brasil nas oitavas. Por agora ficamos por aqui. Mais tarde, Uruguai e Inglaterra jogarão partida decisiva no grupo D. Se quiser acompanhar nossa cobertura, clique AQUI para curtir nossa página no Facebook.


Postagens Relacionadas


1. Como dissemos, o tiki-taka é derivado do futebol total. Clique AQUI para ler sobre essa estratégia. Esse é um dos meus posts favoritos.

2. Acreditei na Espanha... E queimei a língua. Clique AQUI para me ver fazendo uma previsão furada.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Brasil Para em Ochoa

Os dias passam rápido em tempo de Copa, não é? O Brasil  já jogou pela segunda vez no torneio. Suponho que todos tenham assistido essa partida, razão pela qual pularei a etapa de resumo do jogo, me dedicando apenas a analisá-lo. De antemão, digo que achei que jogamos bem, mas o goleiro Ochoa impediu nossa vitória.

Imagino que muitos dos que estão lendo isso ficaram bastante chateados com o desempenho da seleção hoje, devido principalmente à falta de gols. Posto que  nossa atuação não foi excelente, e que o México em alguns momentos teve o controle da partida (notadamente no início do segundo tempo), acredito que nossa atuação, de forma geral, foi superior à de nossos rivais, sendo o diferencial a sólida atuação de nossa defesa.

Não digo isso apenas porque o Brasil não tomou gols, mas sim porque embora os nossos adversários contassem com jogadores talentosos na frente, eles não conseguiram envolver nossa defesa uma única vez. Comparando o desempenho desse setor com aquele observado na partida anterior, vemos uma grande evolução.

Alguns dos melhores momentos do jogo

Quanto ao setor ofensivo, diria que nossa seleção apresentou um desempenho normal no que diz respeito a criação de jogadas. Tivemos cinco boas chances de gol, quatro das quais foram defendidas por Ochoa (na outra, Jô finalizou para fora). Não é um desempenho brilhante, mas o número de oportunidades conseguidas também não foi ruim. Naturalmente isso não significa que a atuação individual de todos os nossos jogadores de frente foram boas. Neymar foi bem, e a maioria dos demais foi regular, mas diria que Fred conseguiu se destacar... Negativamente.

Brasil até criou chances, mas, como diz o título, parou em Ochoa

Sinceramente, o desempenho do Fred na partida de hoje foi inaceitável. Só não digo que ele assistiu ao jogo dentro de campo porque ele atrapalhou vários ataques nossos ficando impedido (aliás, como um jogador com a experiência que ele tem não consegue sair da linha de impedimento tantas vezes?) ou errando passes. Acredito que mexer na equipe titular pode ser perigoso, pois os jogadores podem sentir que o treinador não confia neles. No entanto, se o nosso camisa nove tiver mais uma atuação no nível da de hoje, será difícil pedir sua permanência no time titular, apesar de seus méritos anteriores.

Caso Fred deixasse o time titular, creio que o melhor seria a entrada de Willian, que alternaria com Oscar nas funções de ponta e meia armador. Nesse esquema, Neymar ficaria com o papel de "falso nove". Naturalmente, essa é uma opção que eu acredito que funcionaria bem, mas devemos respeitar a opinião de Felipão, afinal é ele que treina o time, e é qualificado para isso.

Ochoa defende chute de Paulinho. O volante, aliás, foi outro que ficou devendo nessa partida.

Apenas falando brevemente sobre os nosso adversários, o México também teve boa atuação. A defesa deles foi bem, embora não tanto quanto a nossa, sendo que o goleiro Ochoa teve atuação excelente. Já no campo ofensivo, nossos adversários, diante da boa armação defensiva de nossa seleção, tentaram os chutes de fora, e alguns foram perigosos, mas Júlio César esteve bem e defendeu todas as bolas que foram em sua direção.

Por agora é isso. O Brasil volta a campo dia 23, contra Camarões. Torçamos para uma vitória, de preferência com jogadores como Fred e Paulinho desencantando. Se você quiser acompanhar nossa cobertura da copa, clique AQUI e curta nossa página no facebook.


segunda-feira, 16 de junho de 2014

Messi, Cristiano Ronaldo e a Alemanha

Os jogos de hoje e domingo trouxeram a estreia de um trio que veio para o Brasil com grandes expectativas. Falo dos dois melhores jogadores do mundo, Messi e Cristiano Ronaldo, além da seleção alemã. Após falar brevemente sobre os jogos, tentarei fazer uma análise curta e objetiva.

Messi entrou em campo no domingo, em condições ideais para exibir seu futebol. O craque do Barcelona conta esse ano com um time mais forte e organizado do que era a Argentina de quatro anos atrás, e sua seleção tem três partidas teoricamente fáceis na fase de grupos. Ontem foi jogada a primeiro delas, e o segundo melhor jogador do mundo não decepcionou. Mas também não deu show. 

Com apenas dois minutos de jogo ele cobrou falta e Kolasinic desviou, marcando contra. Mas, no primeiro tempo, Messi e a Argentina pararam por aí, esbarrando na marcação da Bósnia. A seleção europeia ainda teve algumas chances de empatar, aos 13 e aos 40, mas em ambas as ocasiões o goleiro Romero apareceu bem, e a Albiceleste levou a vantagem para o vestiário.

O gol contra de Kolasinic

A Argentina voltaria para o segundo tempo com duas alterações. Híguaín e Gago entraram, e o primeiro participou decisivamente do jogo. Aos 20 minutos da etapa complementar, ele tabelou com Messi, que avançou através da defesa da Bósnia e mandou um chute indefensável, espantando o fantasma da falta de gols em Copas com um golaço.

Golaço de Messi, em sua jogada característica

O gol tranquilizou o jogo, e a Argentina passou a administrar a partida, tocando a bola com perigo, mas sem conseguir uma chance clara de gol. Aos 39 minutos, quando a Bósnia parecia estar entregue em campo, eles conseguiram um gol que ameaçou incendiar o jogo, com Ibisevic (não consegui um bom vídeo). Mas a seleção europeia não tinha mais forças para buscar o empate, e o placar terminou em 2 a 1 para a Albiceleste.

Embora apagado em alguns momentos, Messi estreou com golaço e vitória.

O jogo entre Portugal e Alemanha colocou frente a frente o melhor jogador do mundo e, possivelmente, a melhor seleção do mundo. Após a excelente temporada que o português fez no Real Madrid, e sua consagrante atuação contra a Suécia com a camisa lusitana, havia (e ainda há) muita expectativa de que Cristiano Ronaldo pudesse liderar sua seleção a uma grande campanha. No entanto não era o dia do gajo.

Já Cristiano Ronaldo acabou não tendo tanta sorte.

Era o dia de Thomas Müller. Após um início em que cada seleção teve sua chance de gol (Portugal com CR7, e a Alemanha com Khedira), Götze foi derrubado na área, e Müller abriu o placar, aos 12 minutos de jogo. A Alemanha ampliaria aos 32, em cabeçada do zagueiro Hummels, após escanteio.

Mas se as coisas já estavam difíceis para Portugal, ficariam ainda piores após Pepe agredir Müller, com uma cabeçada, e ser expulso. A Alemanha chegaria ao terceiro gol ainda no primeiro tempo, com o autor do primeiro gol marcando novamente.

No segundo tempo, com o jogo já decidido, a Alemanha "tirou o pé", enquanto Portugal tentou sua sorte. Cristiano Ronaldo foi que mais arriscou, chutando sete vezes, mas assustou apenas em uma cobrança de falta, já no final do jogo. Enquanto isso a Alemanha levava perigo nos contra ataques, e em um deles, aos 32 minutos, o camisa nove Schürle cruzou, o goleiro Rui Patrício não segurou, e Müller apareceu para marcar o terceiro dele no jogo, encerrando a goleada.

Gols do jogo entre Portugal e Alemanha. Clique AQUI para os melhores momentos.

O jogo entre Portugal e Alemanha mostrou três coisas, duas das quais são bem conhecidas. A primeira que a Alemanha é uma grande seleção, candidatíssima ao título. Junto com a Holanda foi o time mais convincente da primeira rodada. A outra é que diferente do que foi divulgado Cristiano Ronaldo não está, ainda, em seu melhor condicionamento físico, o que justifica, em parte, sua atuação apagada. Isso se deve a recente lesão que quase o tirou da estreia de Portugal.

Creio que CR7 vai se recuperar a tempo, e que ele será decisivo para a classificação de Portugal para as oitavas, quando Portugal provavelmente enfrentará a Bélgica, que estreia amanhã. No entanto, acho que a seleção do melhor do mundo não passará pelo time de Hazard, que, creio eu, será a grande "surpresa" do torneio, no sentido de ser uma seleção sem tradição, mas que deverá ir até as quartas, se não mais longe. Claro, uma vez jogando contra os diabos vermelhos, os lusitanos terão chances razoáveis de vencer, mas eu acho a seleção belga mais time. 

Enquanto isso a Alemanha deve passar sem problemas no grupo, sendo isso quase uma certeza. Se a Bélgica cumprir seu papel de cabeça de chave, o que é razoavelmente provável, terão um adversário tranquilo para as oitavas. Estarei na torcida para que Klose não seja utilizado e não quebre o recorde de Ronaldo. 

Algo inusitado é que enquanto o atacante da Lazio pode superar a marca do brasileiro nessa Copa, Müller, com apenas 24 anos já está a 7 gols de alcançar o fenômeno nos gols em mundiais, tendo boa chance de fazê-lo no futuro. A excelente média de Müller em copas (1 gol por jogo), é bastante curiosa, contrastando com sua média por clubes (0,4) e pela seleção alemã em outras partidas (0,29). Deixo bem claro que o considero um excelente jogador, mas, tendo acompanhado seus jogos nos últimos anos eu não poderia deixar de ficar surpreso com seu desempenho em Copas, que vem sendo ainda melhor do que o esperado.

Muller é o artilheiro dessa Copa, e pode passar marca de Ronaldo no futuro.

A Argentina tem um grupo tranquilo, deverá passar em primeiro, com Messi devendo fazer mais gols e ir ganhando cada vez mais confiança na competição. O time Albiceleste é forte, contando com nomes como Agüero e Dí Maria, além de Messi. Se com essa equipe o craque do Barça jogar tudo o que sabe, sua seleção passa a ter a possibilidade de bater qualquer outra, tornando-se séria candidata ao título.

Messi já se livrou da pressão de marcar gols. Deverá ficar mais a vontade em campo. Assim sendo, onde ele irá parar?


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domingo, 15 de junho de 2014

Grupo D, o Grupo da Morte

O grupo D era, e continua sendo, considerado o grupo da morte, já que conta com três seleções que já foram campeãs do mundo, além da Costa Rica. Ontem tivemos a primeira rodada dessa chave.

A primeira rodada seria tranquila para o Uruguai, já que eles jogaria o adversário mais fraco do grupo, enquanto Itália e Inglaterra enfrentariam. Só que faltou combinar com a Costa Rica... Quando a bola rolou, uma Celeste apática foi dominada pelos seus adversários, que saíram com um merecido 3 a 1, de virada. No outro grande jogo do dia a Itália mostrou sua força, ao bater a Inglaterra por 2 a 1. Focaremos nosso post de hoje nessas partidas. Para organizar melhor, nosso texto será dividido em partes.

1. Costa Rica x Uruguai


 Desde o início os costarriquenhos mostraram que a Celeste não teria moleza, mas aos poucos o Uruguai foi se soltando e aos 15 minutos chegou ao gol com Godín, mas a arbitragem anulou corretamente (havia impedimento no lance).  Minutos depois nova chance para os bicampeões mundiais, mas Cavani errou o alvo. O atacante do Paris Saint German se redimiria em seguida, convertendo um penalti sofrido por Lugano, aos 22 minutos.

Cavani abre o placar para o Uruguai

Mas, ao invés de tomar controle do jogo, o Uruguai parou por aí. Foi a equipe costarriquenha que passou a ameaçar. Aos 26 Campbell obrigou Muslera a trabalhar, e aos 42, quase veio o empate em cobrança de escanteio. Pouco depois Forlán esteve perto de ampliar, em um raro ataque Celeste.

O segundo tempo começou bastante disputado, e a Costa Rica se aproximava do empate. Ele quase veio quando Bolaños cobrou falta e Duarte cabeceou, mas Muslera defendeu. Aos nove minutos, Gamboa fez novo cruzamento e a defesa Celeste falhou, deixando Campbell sozinho: o atacante dominou e soltou um bomba, marcando um golaço.

Golaço de Campbell

A Costa Rica se empolgou, e continuou indo para cima, e apenas dois minutos depois, em uma jogada quase repetida, Bolaños cobrou falta e Duarte cabeceou, dessa vez sem chances para Muslera. Aqui, é preciso fazer uma menção ao fato de o zagueiro estar em impedimento na hora da cobrança, mas foi um lance tão difícil que nem os uruguaios reclamaram.

Belo gol da Costa Rica

Após estar em desvantagem o Uruguai finalmente tentou pressionar, mas não conseguiu criar muitas chances de gol, nem mesmo com as substituições promovidas por Óscar Tabárez. Uma cabeçada de Cavani, aos 25, seria o mais próximo do empate que a Celeste chegaria. Aos 41 minutos aconteceria o impensável: Campbell, o nome do jogo, deu passe espetacular para Ureña, que mal havia entrado, e ele tocou com categoria na saída de Muslera, dando números finais ao jogo. Costa Rica 3, Uruguai 1.

Não consegui um vídeo só com o terceiro gol, esse tem todos os gols do jogo

2. Itália x Inglaterra


Muito se falou sobre como o calor de Manaus poderia atrapalhar Itália e Inglaterra. De fato, na hora do jogo os termômetros marcavam 30ºC, mas isso não impediu que uma grande partida fosse jogada.

O English Team começou melhor, aproveitando a fragilidade, quem diria, da zaga italiana. Por três vezes os ingleses estiveram perto do gol, duas vezes em chutes de fora da área e outra após perigoso cruzamento de Sterling. Mas foi a Azurra que abriu o placar. Aos 35 minutos, após cobrança de escanteio, Pirlo fez um corta luz sensacional, deixando a bola passar para Marchisio, que chutou no cantinho, marcando um belo gol.

A Inglaterra respondeu dois minutos depois. Rooney fez belo cruzamento e deixou Sturridge na cara do gol. O centroavante inglês apenas completou para as redes. O jogo seguiu movimentado, e no final do primeiro tempo a Azurra pressionou. Pirlo deu excelente passe para Balotelli, que tirou o goleiro, mas ficou sem ângulo. Mesmo assim o camisa 9 italiano finalizou, e quase fez um golaço, mas a zaga inglesa tirou em cima da linha. Na sequencia, Candreva recebeu na área, e acertou a trave.

Balotelli quase fez um golaço

O segundo tempo começou igualmente movimentado. A Inglaterra ameaçou com Sturridge, que chutou perigosamente, de fora da área, mas Sirigu, reserva do lesionado Buffon, defendeu. Na sequência Candreva fez um cruzamento preciso, e Balotelli cabeceou para o gol.

Após isso o jogo virou praticamente uma partida de ataque contra defesa. A Inglaterra tentou alguns chutes de fora da área, com Rooney e Sturridge, mas o primeiro foi defendido por Sirigu e o segundo raspou a trave. A melhor chance inglesa viria aos 17 minutos: Rooney recebeu dentro da área, cortou a marcação e chutou, mas a bola foi, por pouco para fora.

A partir daí as duas equipes começaram a dar sinais de cansaço, e a criação de jogadas ficava difícil, com alguns erros em passes e cruzamentos. As melhores chances vieram na bola parada. A Inglaterra chegou perto em faltas de Baines e Gerrard, mas a Itália, quase no fim do jogo, respondeu com uma cobrança incrível de Pirlo, que acertou a trave.

Os gols do belo jogo entre Itália e Inglaterra

3. Perspectivas do grupo da morte


Mesmo após a vitória de ontem e com a liderança (no saldo de gols), a Costa Rica continua sendo vista pela maioria como a seleção mais fraca do grupo. De fato, ainda creio que eles continuam sendo o time com menos chance de classificação. Eles tem uma bola aérea forte, disposição e um grande atacante, Campbell, mas no geral, acho que eles há uma certa diferença técnica entre eles e as demais seleções da chave.

O Uruguai, após a derrota de ontem ficou com a corda no pescoço, precisa ganhar da Inglaterra para seguir vivo na competição. Se pensarmos que ano passado, na Copa das Confederações, eles conseguiram um empate contra a Itália, e que terão a volta de Luiz Suárez neste jogo, eles têm chances razoáveis de vitória. De fato, posso "queimar a língua", mas acho que a Celeste vai jogar com sua tradicional raça e vencerá o English team, e terminará passando da fase de grupos. Todavia, por ter um time envelhecido e, em alguns setores limitado, não acho que eles irão muito longe no torneio.

A Inglaterra jogou bem contra a Itália, e tem grandes chances de vencer o Uruguai. Analisando apenas as escalações das duas equipes e suas performances, diria que o English team é favorito no jogo decisivo do dia 19. Mesmo assim, tenho o pressentimento, ou opinião arbitrária, que eles não vencerão a Celeste, sendo portanto eliminados na primeira fase.

A Itália, fugindo um pouco às suas tradições, demonstrou fragilidade defensiva tanto ontem quanto nos últimos amistosos antes da Copa. No entanto a seleção de Prandelli tem um meio campo bastante qualificado e conta com Balotelli no ataque, razão pela qual creio que esta seja a seleção mais forte deste grupo. Com a vitória de ontem, deve passar da primeira fase, e, se conseguir reparar suas falhas defensivas (o que é perfeitamente possível), será uma seleção muito difícil de ser batida, podendo brigar pelo título.

Por agora isso é tudo. Abaixo o vídeo da cobrança de falta magistral do Pirlo, que acabou acertando a trave. Se quiser seguir a nossa cobertura da Copa, clique AQUI para curtir a nossa página no facebook.

Falta brilhante de Pirlo.

Postagem Relacionada

Acredito na Celeste de modo um tanto arbitrário. Já de forma mais racional, acredito na Fúria. Clique AQUI e veja as razões.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Ainda Fúria. E Candidata ao Título.

Foi um início atípico de jogo. A Espanha não conseguia encaixar seu estilo de toque, e, aos 7 minutos, Sneijder quase abriu o placar para a Holanda. Mas as coisas foram se normalizando aos poucos e a Fúria passou a controlar o meio campo, aumentar sua posse de bola e finalmente a chance de gol apareceu, quando Diego Costa foi derrubado na área e Xabi Alonso abriu o placar. Mas como dizia Drumond, "Bem aventurados os que não entendem nem aspiram a entender de futebol", afinal, mal sabíamos nós que aquele era o princípio de um massacre... Laranja, ou melhor, azul.

Minutos depois, Van Persie empatou o jogo, e, na segunda etapa incríveis 4 bolas foram parar no fundo da rede de Casillas. Ainda mais surpreendente foi a maneira como a Holanda criou não só as jogadas dos gols, mas também outras chances, que poderiam ter deixado o placar ainda mais elástico. É, o grande jogo do dia nos deu muitos assuntos para escrever.

Chocolate da Holanda, e muito golaços.

Imagino que estejamos todos um pouco "eufóricos" após ver a Espanha ser derrotada de forma tão acachapante, mas deixando a empolgação de lado a primeira coisa que eu gostaria de dizer é que meu respeito pelo time da Espanha não diminui em nada depois dessa partida. Ok, diminuiu um pouco, mas não muito.

Não achava que a Fúria estivesse chegando com uma equipe muito acima das demais, nem que fosse a grande favorita ao título. A performance da Espanha na Copa das Confederações ano passado já havia mostrado que eles eram "vencíveis", o que foi evidente tanto contra o Brasil quanto contra a Itália. Ambas as partidas citadas também mostraram que para vencer os campeões mundiais o que era necessário era encará-los de igual para igual, sem enxergá-los como um super time.

Tudo isso ficou evidente mais uma vez ontem. Enquanto a partida estava 0 a 0, a Holanda estava fechada, respeitando a Espanha, e a Fúria era melhor. Apenas quando se viu em desvantagem no placar o time de Robben, Sneijder e Van Persie saiu para o jogo, e, quando fez isso, foi muito superior em campo. Outro ponto notável ontem é que, ao que parece, o preparo físico dos atuais campeões mundiais não está tão bom assim, porque a Laranja Mecânica, hoje de azul, também se mostrou muito superior nesse aspecto.

Entretanto, essa derrota não significa que a Espanha deixou de ser um grande time, ou que não possa ganhar a Copa. O preparo físico parece estar ruim, o moral da equipe também deve estar baixo, mas tudo isso pode mudar no decorrer do torneio, e um insucesso como esse pode acabar sendo a motivação que a Fúria precisa para mais uma vez mostrar o seu melhor futebol. E se alguém achar que quem começa uma Mundial desse jeito não tem chances, digo que a Alemanha, em 54, perdeu na fase de grupos para a Hungria, por 8 a 3, e acabou vencendo esse mesmo time na final.

É Casillas, não foi seu dia...

Mas, se a Espanha quiser novamente levantar a taça de campeã da Copa do Mundo vai precisar reencontrar o bom futebol rapidamente. Diferentemente da Argentina eles caíram em um grupo difícil, e agora há dois cenários razoavelmente prováveis em que a Fúria não se classifica para as oitavas de final:

1. Holanda, Espanha e Chile vencem a Austrália, Chile e Espanha empatam, e a Holanda vence o Chile. Com essa combinação a Holanda provavelmente passaria ao lado do Chile, devido ao saldo de gols ruim da Fúria.
2. A Austrália perde todos os seus jogos, a Espanha vence o Chile, e o Chile ganha da Holanda. Novamente a Fúria ficaria fora (provavelmente), devido ao saldo de gols.

Para finalizar sobre os atuais campeões do mundo, digo que a Espanha era um grande time antes desse jogo, do mesmo patamar de outros que estão disputando o torneio, e assim permanece.

Falemos agora da Holanda. A Laranja Mecânica jogou uma partida absolutamente fantástica, sendo superior desde o momento em que fez o gol. É verdade que David Silva quase marcou 2 a 0 para a Espanha, mas foi um lance isolado. No entanto, a excelente atuação de ontem não significa que eles vão trucidar todos os seus adversários. O que ela demonstra é que eles são fortes candidatos ao título.

Naturalmente essa forte seleção pode nos brindar com um excelente futebol em suas próximas partidas, talvez com goleadas até maiores, quem sabe, mas não podemos afirmar isso tomando como base apenas o jogo de ontem.  Antes de finalizar apenas passando rapidamente pelos outros jogos, o Chile venceu a Austrália, por 3 a 1, complicando ainda mais a vida da Espanha e o México venceu Camarões por 1 a 0.

Foi o do Van Persie...


Por agora é só. Se você gostou do post de hoje e quiser acompanhar a sequência da nossa cobertura da Copa do Mundo, clique AQUI e curta nossa página no facebook.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Começou a Copa!

Imagino que todos lendo isso tenham visto o jogo inaugural da Copa entre Brasil e Croácia. É neste jogo que nos focaremos nessa "volta às postagens". Em linhas gerais foi um bom jogo, bastante disputado, com as duas equipes se esforçando ao máximo (como tinha que ser, afinal). Vamos dividir nosso post em duas partes.

1. O Jogo

O Brasil começou um pouco tenso, com a pressão da estreia, do favoritismo na partida e de jogar em casa, e a Croácia começou assustando, com uma cabeçada de Olic. Quando o Brasil começava a tentar acalmar o jogo, o mesmo Olic cruzou e Marcelo acabou desviando contra a nossa meta. O lateral teve de fazer o seu melhor para segurar as lágrimas. 

O gol contra marcado por Marcelo

Após o gol o Brasil partiu para cima, e as chances começaram a aparecer, sempre com a participação de Oscar. Primeiro o meio-campista acertou bom passe para Paulinho, que se livrou da marcação e chutou para a defesa do goleiro Pletikosa. Na sequência o jogador do Chelsea pegou o rebote de uma jogada que ele próprio havia iniciado (com o lançamento para Neymar) e chutou de primeira, para nova defesa de Pletikosa. 

Finalmente, Oscar foi desarmado no meio campo, mas não desistiu do lance, pelo contrário, recuperou a bola e tocou para Neymar, que escapou da marcação e chutou no cantinho, para anotar um belo gol. Na sequência o jogo se manteve morno até o intervalo. 

O primeiro gol de Neymar, um belo gol.

Na segunda metade a Croácia entrou bastante fechada (aliás, assim estava desde o gol contra) e o Brasil tinha dificuldades para criar chances. A bem da verdade, até 24 minutos, só tínhamos assustado em uma cobrança de falta de Daniel Alves. Foi quando Fred foi derrubado na área... Ou não. O camisa nove da seleção recebeu de Oscar dentro da área e se atirou em uma tentativa "tosca" de cavar um penalti. O juiz foi na dele e marcou.  Neymar cobrou e fez o gol da virada.

O gol da virada do Brasil

Em desvantagem no placar a Croácia saiu em busca do empate, e conseguiu um gol, anulado pela arbitragem, que alegou falta em Júlio César. Nossos adversários continuaram tentando empatar, e chegaram perto em chute de Modric, bem defendido pelo nosso goleiro. Júlio acabou não indo tão bem na bola seguinte, rebatendo para o meio da área, mas nossa defesa conseguiu neutralizar o rebote. Na sequência do lance a bola chegou até Oscar, que deu uma bela arrancada e coroou sua atuação com um belo gol, marcado de bico, dando números finais ao jogo. 

O gol marcado por Oscar

Após essa breve descrição do jogo vamos à algumas análises. Primeiramente eu gostaria de dizer que, embora tenha sido boa, diria até muito boa, nossa estreia não foi perfeita. 

2. Análises

Defensivamente nossos laterais deixaram a desejar, em particular Daniel Alves estava dando muito espaço para Olic (inclusive no lance do gol), e Marcelo acabou marcando um gol contra. Já no campo de ataque penso que em alguns momentos faltou criatividade para a nossa seleção e que o Paulinho poderia ter aparecido mais no jogo. Além disso o Fred foi praticamente nulo em campo e o Hulk, embora tenha se esforçado foi pouco produtivo. Outro ponto que merece nossa preocupação é a maneira como a Croácia conseguiu controlar o meio campo por alguns minutos, após estar em desvantagem. 

Sim, houve vários ponto negativos na seleção, mas por outro lado há de se comemorar que:
- Conseguimos vencer, ganhando os três pontos e encaminhando a classificação.
- Nossa seleção demonstrou poder de reação.
- O Brasil jogou com muita raça.
- Neymar ultrapassou Messi no número de gols em Copas conseguiu  fazer gols e ganhou confiança para a sequência do torneio.
- Oscar, o melhor jogador da partida, voltou a jogar um grande futebol na seleção, e ele deverá ser importantíssimo nos próximos jogos.

Acho que por hoje é tudo. Vamos acompanhar a sequência da Copa e estar sempre escrevendo sobre os jogos do Brasil, faremos alguns comentários gerais e talvez faça algum post sobre outro jogo. Se você quiser seguir acompanhando, clique AQUI para curtir nossa página no facebook.

Vamos Brasil!!! Rumo ao Hexa!