Falcão, o Rei de Roma

Hoje, como já foi feito algumas vezes, vamos falar sobre um grande craque da história do futebol mundial. Desta vez, trata-se do Rei de Roma, Paulo Roberto Falcão. Mais adiante falamos sobre seu estilo de jogo e seus feitos no futebol, antes eu proponho um desafio a quem por acaso nunca tiver ouvido falar sobre Paulo Roberto Falcão. Vou fornecer nove minutos de imagens dele em campo e peço que o leitor responda à seguinte pergunta: Falcão era meio-campista ofensivo, segundo atacante ou atacante de área?

Peço desculpas pela falta de qualidade das imagens em alguns trechos (qualidade de resolução, não de jogadas). Esse vídeo apresenta muitos gols e algumas jogadas de Falcão.

Se você respondeu "Nenhuma das três, Falcão era volante" baseado nesse vídeo, você acertou (embora eu não tenha ideia de como você chegou a essa conclusão). 

Falcão era um volante extremamente técnico com a bola nos pés. Acredito que sem exagero posso dizer que Falcão foi o melhor jogador que o mundo já viu em sua posição, pois além de dar bom suporte à defesa, participava do ataque como nenhum outro, com mais eficiência do que a maioria dos meias ofensivos que vemos em bons times.

Falcão jogou no Internacional de Porto Alegre e na Roma, da Itália, além de uma rápida passagem pelo São Paulo, última equipe em que atuou. No Inter foi o maior jogador da história da equipe e, assim como na Roma, foi um dos maiores ídolos da equipe.

No Internacional, onde começou em 1972, Falcão participou de uma equipe genial, campeã dos estaduais de 1973, 1974, 1975, 1976 e 1978 e dos Campeonatos Brasileiros de 1975, 1976 e 1979, sendo esta última de forma invicta. Só não digo que ele foi o melhor jogador em todas essas conquistas, porque em 1975 e 1976 ele era ainda muito jovem e o Inter contava entre outros com Elías Figueroa, sobre quem podemos escrever algum dia, que venceu a premiação de Melhor Jogador da América do Sul três vezes seguidas (74, 75 e 76). Mesmo assim em 1975 Falcão recebeu a Bola de Prata da Revista Placar (entrou para a seleção do Campeonato).

Um dos gols mais famosos de Falcão, contra o Atlético Mineiro em 1976, nas semi-finais do Brasileirão no final do jogo. Apareceu no outro vídeo colocado.

Na Conquista de 1979, foi indiscutivelmente o grande nome do torneio, recebendo pela segunda vez consecutiva a Bola de Ouro da Placar, como melhor jogador do Campeonato Brasileiro. Em 1980, Falcão se transferiu para a Roma.

Na Roma, Falcão foi vital para que o time se consolidasse como um dos grandes times da Itália. Com Falcão, a Roma conquistou um Campeonato Italiano na temporada 82-83 e em duas oportunidades venceu a Coppa Itália (na temporada 80/81 e na 83/84), e sua pior colocação no Campeonato Italiano foi 3º lugar.

Para efeito de comparação, na temporada anterior à chegada de Falcão, a Roma havia ficado em 6º lugar e na temporada 84-85 (Falcão jogou 4 partidas, por problemas com contusões), a Roma ficou em 7º (eram 16 times).

Nesse período, Falcão jogou a Copa do Mundo de 1982, marcando três gols e sendo votado o segundo melhor jogador do torneio, embora o mágico time do Brasil não tenha chegado sequer às semifinais. Vejamos alguns de seus lances nessa Copa.

Gols de Brasil 4x0 Nova Zelândia, um gol de Falcão.

Jogadas de Falcão contra a Escócia. Podemos vê-lo fazendo tudo que um bom volante deve fazer, como roubar bolas e fazer a saída de jogo da equipe, mas também chegando ao ataque com bons passes e marcando um gol.

Mesmo comentário do outro jogo, só que dessa vez ele fez uma assistência. Também é interessante notar em alguns lances Falcão roubando a bola do jovem Maradona.

Golaço marcado por Falcão na partida em que o Brasil foi eliminado.

Pela seleção, Falcão jogou também a Copa de 1986, mas acabou não se apresentando tão bem como fizera quatro anos antes.

Entre outras premiações, o 8º Rei de Roma, como foi chamado na Itália, entrou na lista dos melhores 123 jogadores vivos, feita por Pelé e na lista dos 100 melhores jogadores do século 20 da World Soccer.

Viva Falcão, o Rei de Roma!