domingo, 28 de outubro de 2012

O Futebol Total

Hoje vamos falar sobre o "Futebol Total", termo usado para designar uma tática usada mais notadamente pela Holanda em 74. Falar sobre esse estilo de jogo implica em falar nas equipes lendárias que utilizaram essa filosofia. Vamos falar um pouco sobre seu surgimento e depois explicar melhor como funciona esse sistema de jogo.
A história nos diz que alguns times adotaram maneiras de jogar que lembram o Futebol Total, e essas equipes serviram de inspiração para o surgimento desse modo de jogo. É o caso da Áustria no começo dos anos 30, que venceu a competição que originou a atual Eurocopa, mas caiu na semifinal da Copa de 34 ante a Itália.
No entanto a equipe entitulada "Mágicos Magiares", a Hungria do começo dos anos 50, é lembrada por lançar as raízes do Futebol Total e por jogar de modo mais próximo ao da Holanda. Os resultados que a equipe liderada por Puskas e Kocsis alcançaram são notáveis, como uma série de 31 jogos invictos (a invencibilidade de 4 anos acabou justamente na final da Copa da Copa do Mundo de 1954, contra a Alemanha) e uma atuação incrível no mundial de 54, com 27 gols marcados.

Um vídeo rápido sobre a Hungria de 54.

No final dos anos 60, Rinus Michels trabalhou e refinou os conceitos táticos usados por Jack Reynolds, que o treinou nos anos 40, no Ajax, e estabeleceu o Futebol Total como a forma de jogar do Ajax. Ajudado pela boa, ou melhor, extraordinária, safra de jogadores que incluia nomes como Johan Cruyff e Johan Neeskens, o Ajax obteve muito sucesso, vencendo vários torneios no início dos anos 70, incluindo 3 Champions League seguidas (71, 72 e 73). 

Desenho tático do Ajax de Michels.

"Nós discutíamos o espaço o tempo todo. Johan Cruyff sempre falava sobre onde as pessoas deviam correr e onde elas deviam permanecer." - Barry Hulshoff, zagueiro do Ajax nos anos 70.
"Tratava-se de abrir o espaço, ir para o espaço, e organizar o espaço, como a arquitetura no campo de futebol." - Barry Hulshoff.

Melhores momentos de uma grande vitória do Futebol Total, na final da Champions ante o estilo defensivo da Inter

Todavia o mundo não era globalizado ainda, por isso em 74 era hora de mostrar o Futebol Total ao mundo no maior evento do esporte: a Copa do Mundo. Poucos meses antes do mundial, Michels assumiu o comando da seleção holandesa.

Desenho tático da Holanda de 74.

Bom, até agora eu apenas falei sobre como surgiu o Futebol Total e falei de alguns de seus usos notáveis, sem, em momento algum definir esse jeito de jogar. 
O Futebol Total é um sistema de jogo no qual um jogador que sai de sua posição é rapidamente substituído por um companheiro de time, mantendo a estrutura imaginada para a equipe. Nessa proposta fluida, nenhum jogador tem uma posição fixa, podendo qualquer um ser atacante, meia ou zagueiro.
Os princípios básicos do Futebol Total Holandês eram  marcação sob pressão alta, uso da linha de impedimento, inversões de posicionamento verticais. Após essa rápida explicação, vejamos agora alguns vídeos da equipe dirigida por Michels em 74.

Excelente análise, embora curta, feita com lances do jogo do Brasil com a Holanda.

Uma boa análise tática de como jogava a Holanda, usando lances da partida entre Holanda e Uruguai.

Continuação da Análise Anterior

A Holanda encantou o mundo e deixou seus adversários perplexos. Na primeira fase, duas vitórias e um empate. Na segunda, 3 vitórias, incluindo quatro a zero contra a Argentina e dois a zero no Brasil de Rivellino. Nas duas fases, os holandeses marcaram 14 gols e sofreram apenas 1.
Mas a final era contra a Alemanha, que tinha uma grande seleção, apesar de a Holanda ser favorita. Cruyff deu o pontapé inicial e após 13 toques recebeu de volta e sofreu penalti. Neeskens bateu e fez um a zero antes que o adversário ao menos tocasse na bola.
Mas a Alemanha tem a habilidade de ganhar de adversários com times melhores que o dela, e assim como havia acontecido com a Hungria de Puskas a Holanda tomou a virada. Cruyff sofreu com a dura marcação de Vogts enquanto Beckenbauer liderava os alemães, que tomaram conta do meio campo e venceram com gols de Breitner e Gerd Müller.
Apesar de ter perdido a Copa do Mundo, as inovações táticas trazidas pelo Futebol Total influenciam o futebol até hoje. Vemos isso em coisas simples, como o forte apoio dos volantes ao ataque, ou em fatos um pouco mais complexos, como a tática usada pelo atual Barcelona e pela seleção da Espanha.
Sim, porque o estilo que foi denominado Tiki-taka (o nome não é tão popular no Brasil), deriva do estilo de jogo utilizado por Cruyff em seu tempo de técnico no Barcelona. A diferença básica entre o Tiki-taka e o Futebol Total é que o primeiro tem como principal característica a troca de posições dos jogadores, e o segundo tem como pilar a circulação de bola. Em 2010, a Espanha derrotou os holandeses com o estilo de seus adversários. 
Acho que já falei o que eu queria sobre o Futebol Total, mas certamente retomarei o assunto em algum momento. Talvez o texto tenha ficado um pouco denso junto aos vídeos. Se ainda estiverem com fôlego, vou deixar aqui os melhores momentos dos jogos da Holanda na Copa de 74. Se quiserem uma dica, os jogos contra a Argentina e Brasil são os meus favoritos. Outro dia podemos falar mais sobre esse time e colocar os jogos completos.

Melhores momentos de Holanda 2, Uruguai 0. Já usamos imagens desse jogo.

0 a 0 contra a Suécia

Holanda 4, Bulgária 1

4 a 0 na Argentina e cabia mais. Dois gols de Cruyff. 

Holanda 2, Alemanha Oriental 0. Não ser confundida com a final.

O Brasil complicou a vida da Holanda, com um pouco mais de sorte poderia até ter ganhado. 2:50, que passe do Rivellino.

Embora a equipe Brasileira em 74 seja sempre muito criticada, porque boa parte dos atletas acabou jogando muito abaixo do esperado, esse foi o melhor jogo do Brasil na Copa de 74. Se Jairzinho e Paulo César não tivessem perdido gols feitos quando a linha de impedimento falhou (o jogo estava zero a zero), a seleção canarinho podia ter ganhado. 
No entanto, embora as duas equipes tenham criado chances quando tinham a bola, sem ela ficaram se chutando e esmurrando.

Que jogo violento! Como é que nenhum jogador da Holanda foi expulso?

A História nos diz que Futebol Total não dá certo com a Alemanha. Se bem que a Espanha ganhou em 2010.

Cruyff, o maior expoente do Futebol Total












terça-feira, 23 de outubro de 2012

George Best, o quinto beatle

Maradona good; Pelé better; George Best (frase comum na Irlanda). George Best foi um jogador Irlandês, o melhor que seu país já produziu e um dos melhores da história do mundo. Sua habilidade fazia dele um dos jogadores mais divertidos de assistir, e ele é considerado até hoje o maior driblador europeu da história. Atuava como ponta ou meia e durante sua carreira recebeu o apelido de o "quinto beatle".

Est/e é George Best, o quarto maior artilheiro da história do Manchester, com 181 gols

Best gastou a maior parte de sua carreira jogando no Manchester United, levando o clube a conquistar dois campeonatos ingleses e uma Champions League, em 1968, ano no qual venceu a Bola de Ouro. Foi a primeira vez que uma equipe inglesa venceu a Champions. George tinha muitas qualidades como jogador, como uma alta capacidade de marcar gols, velocidade e aceleração, mas a mais notável delas era sua habilidade para o drible, comparável à de Garrincha. Vejam o vídeo abaixo.

Estimados colegas fãs do futebol, assistam esse vídeo e podem ser os melhores 15 minutos do dia de vocês (dependendo de como sua vida andar, até do mês). Vários dribles gols e assistências do gênio Best

Como vocês puderam notar, ele tem uma habilidade incrível, que o fez ser comparado a Garrincha. A imprensa começou a chamá-lo de "O Quinto Beatle" após uma vitória contra o Benfica, nas quartas de final da Champions, em 1966. O técnico havia pedido cautela na análise do adversário. Best ignorou e em 12 minutos já havia feito dois gols. 

Gols do jogo entre Manchester e Benfica, 1966. 2* (errata, eu havia escrito 3) gols de Best.

Fora de campo o compartamento e a aparência de Best ajudou o apelido a se popularizar. Best bebia bastante, ia a muitas festas, acompanhado de belas mulheres, e estava sempre com carros novos. Apesar de seu estilo "vida louca" o rendimento de Best seguiu alto por alguns anos, culminando na Bola de Ouro de 1968 (que veio junto do título da Champions League). 

Best contra a Escócia, 1967

Jogadas de Best contra o Benfica, na final da Champions

Em 1974, Best deixou o Manchester, com apenas 27 anos, em meio a uma campanha ruim do United, que acabou rebaixado. Best então ficou jogando em times de menor expressão do futebol inglês e norte-americano, apresentando apenas lampejos de sua genialidade.
Um desses momentos aconteceu em 1976, quando ele ainda jogava pela Irlanda do Norte. Seu país iria enfrentar a Holanda, tida como a melhor seleção do mundo à época. Horas antes do jogo, o jornalista Bill Eliot teve a oportunidade de conversar com Best. Abaixo uma adptação para o português desse diálogo.

- O que você acha sobre Cruyff?
- Um jogador de destaque.
- Melhor do que você?
- P****, você tá falando sério (Best olha para o jornalista e ri)? Você tá brincando, não tá? Eu te digo o que eu vou fazer hoje à noite... Eu vou dar uma caneta no Cruyff na primeira chance que eu tiver.

Até o momento não vi nenhum vídeo dessa jogada, mas a descrição feito pelo próprio Elliot diz o seguinte: Aos cinco minutos de jogo, Best recebeu a bola na lateral esquerda e em vez de ir em direção ao gol, passou por pelo menos três jogadores holandeses até chegar na lateral esquerda, onde estava Cruyff, e aplicou uma caneta no holandês, comemorando com um soco no ar quando efetuou o drible. Outro jornalista, Bert Nederlof, que havia afirmado que Best era apenas uma estrela decadente e não era mais um grande jogador, confirma que o craque irlandês fez um excelente jogo.


Vários gols de George Best no Manchester (segundo o título, todos, lembrando que muitos estão presentes no outro vídeo).

Claro, Best é muito mais lembrado por sua genialidade dentro de campo do que por seu comportamento fora dele, que é longe de ser exemplar para os jovens. Todavia algumas frases que expressam sua personalidade são muito engraçadas, razão pela qual vou transcrever algumas delas.
"Ele não chuta de perna esquerda, não cabeceia bem, não desarma e não faz muitos gols. Tirando isso ele é um bom jogador." Best sobre David Beckham.
"Em 1969 eu desisti de mulheres e do álcool. Foram os piores 20 minutos da minha vida."
"Uma vez eu disse ao Gazza (Paul Gascoigne) que o Q.I dele era menor que o número de sua camisa. Ele me perguntou o que era Q.I.
"Eu gastei 90% do meu dinheiro com mulheres, bebidas e carros. O resto eu desperdicei."
"Odeio táticas, elas me aborrecem. O que me importa são meus dribles, chego a sonhar com eles."
"Se eu tivesse nascido feio, vocês nunca teriam ouvido falar em Pelé".

Best faleceu em 2005, com 59 anos. Já havia passado por um transplante de fígado em 2002. Por causa da fragilidade do time da Irlanda do Norte, Best nunca jogou uma Copa do Mundo (se fosse inglês, me pergunto se a Inglaterra seria apenas uma vez campeã mundial). Apesar disso, Pelé uma vez disse que Best era o melhor jogador do mundo (notem que a carreira dele e a de Pelé têm um período comum).

Já usado aqui em outros textos, Football's Greatest. Alguma vez eu já disse que essa abertura é incrível?


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Postagem relacionada


Muitos se referem a Best como o "Garrincha irlandês". Clique AQUI para ler sobre o gênio das pernas tortas.



domingo, 21 de outubro de 2012

Fluminense x Atlético (Comentário sobre jogo e campeonato)

Eu não pretendia postar sobre o Campeonato Brasileiro, mas a partida de hoje, entre Atlético e Fluminense, foi um daqueles jogos que dão vontade de escrever. Por favor, quem não viu, assista aos melhores momentos desse jogaço. Escrevi também um breve comentário com o que eu enxerguei da partida.

Ronaldinho ainda joga bola, hein?

Como vocês puderam ver, o Atlético Mineiro entrou mais ligado na partida, com o sentimento de que precisava vencer. O Fluminense mal atacou, se não me falha a memória chutou apenas 4 vezes, e foi sufocado desde o início.
Logo no início do jogo, a pressão atleticana foi recompensada com um belo gol de Ronaldinho, cobrando falta. O gol foi anulado, mas eu demorei um pouco a entender que a arbitragem havia assinalado falta na barreira. Após analisar com mais calma, cheguei a conclusão que a arbitragem até acertou, embora esse tipo de infração nunca seja marcado.
Depois desse gol parecia que uma maldição tinha caído sobre o Atlético, porque não saia gol de jeito nenhum. Até o final do primeiro tempo, o clube mineiro acertaria a trave duas vezes e perderia outras oportunidades, sem marcar.
No começo do segundo tempo o Fluminense encaixou um belo contra-ataque e chegou ao gol com Wellington Nem. E pouco depois o Atlético acertou a trave de novo! Eu sou um pouco cético, mas pensei que os cariocas estavam predestinados à vitória. Ledo engano. 
Após bela arrancada de Ronaldinho, Jô marcou no contrapé do excelente Diego Cavalieri e empatou o jogo. E mais lances da pressão atleticana se seguiram, até Bernard aplicar um belo drible em seu marcador e colocar a bola na cabeça de Jô, que virou a partida. Isso aos 37 minutos do segundo tempo.
Já teria sido um jogaço se tivesse parado com a bela virada do Atlético, mas não foi isso que aconteceu. Aos 40 minutos, gol de Fred, 16º no Campeonato, 100º pelo Fluminense. O Atlético voltou a pressionar buscando o gol. A vantagem dos cariocas se mantinha em 9 pontos, com apenas mais 18 a serem disputados. Praticamente podia entregar a taça para o Flu.
O futebol é o esporte das reviravoltas, e essa é uma das coisas que me fazem amar essa arte. Aos 47 minutos, Ronaldinho, que jogou muito, colocou a bola na cabeça de Leonardo Silva, que desempatou o jogo em definitivo para o Atlético.

E com isso a vantagem do Flu caiu para 6 pontos. Ainda é uma excelente vantagem, mas agora é possível que o Atlético chegue, principalmente porque o tricolor terá algumas partidas complicadas pela frente, como o São Paulo no Morumbi.
Já que estamos falando sobre o Brasileiro, alguns breves comentários. Primeiramente, os três primeiros só não vão para Libertadores se acontecer algum desastre. Dependendo do jogo entre Inter e Vasco, o São Paulo pode ficar em ótima situação ou o Internacional sem disputar nada no campeonato. 
No meio da tabela, entre Portuguesa e Corinthians, todos brigam por não mais do que um Sulamericana ou para não cair. Aliás, Sport e Palmeiras, que há duas rodadas pareciam rebaixados, agora já estão se aproximando do Bahia.
Mas aqui vai uma grande verdade sobre esse Campeonato Brasileiro: Rogério Ceni, Ilsinho, Fabão, Índio, Kléber, Lucas, Mineiro, Wagner, Zé Roberto, Fernandão e Aloísio.
Sabe que time é esse? Se sim, você provavelmente não tem muito o que fazer, mas brincadeiras a parte, parabéns pela memória. Essa é a seleção do Brasileirão de 2006. E isso é para concluir o seguinte: como nosso Campeonato tem evoluído hein? Com todo o respeito aos jogadores citados, alguns dos quais realmente são muito bons, hoje é possível, sem muito esforço, montar times melhores do que esse a partir das equipes do Brasileiro. 
Então é isso, vamos assistir de camarote o final desse brasileiro que certamente nos reserva boas emoções e belos lances. 

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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Reinaldo, o Rei das Massas

Hoje vamos falar sobre um dos maiores atacantes da história do futebol. Um jogador muito habilidoso, sobretudo na finalização, que acabou tendo sua carreira prejudicada por lesões e pela sua posição política. Naturalmente, se trata de Reinaldo.

O número de vídeos de Reinaldo é baixo. Aqui está um curto e que demonstra bem o nível deste grande atacante. Só uma observação: a frase de Chico Buarque provavelmente se deve a um equívoco de quem fez o vídeo, porque ele torce para o Fluminense.

Reinaldo atuou pelo Atlético Mineiro, sendo o maior artilheiro e provavelmente o maior ídolo da história do clube. Sua chegada ao Atlético Mineiro se deu em 1971, na equipe juvenil do galo. Com apenas 14 anos, o técnico Telê Santana já podia ver o talento do jovem em treinos contra a equipe principal, que venceria o brasileiro de 71.
Com uma média de mais de um gol por jogo (54 gols e 44 jogos) pelo time juvenil, estreou em 1973 pelo clube profissional do Galo, mas no ano seguinte já começou a ter problemas no joelho. Extremamente habilidoso, sofreu com as faltas, mas ia se tornando cada vez melhor.
Seu progresso culminou no ano de 1977, sua melhor temporada, em que recebeu a Bola de Prata da Placar, e também a de Ouro. Nessa temporada, Reinaldo estabeleceu um recorde ainda não quebrado: a maior média de um artilheiro do brasileirão, marcando 28 vezes em 18 partidas.

O goleiro que sofreu o gol mandou fazer uma placa para o lance.

Infelizmente o título escapou na decisão com o São Paulo, na qual Reinaldo estranhamente não jogou. Na realidade, eventos estranhos acompanhariam sua carreira, como as expulsões contra o Flamengo em 1980 e 1981.

Em 1980, na final do Campeonato Brasileiro, você foi expulso após reclamar de um impedimento, e o Atlético perdeu o título. Essa foi sua maior decepção no futebol?
Não. A maior frustração da minha carreira foi a final de 1977, que não me deixaram jogar, contra o São Paulo. Os militares me impediram.

Houve interferência do governo na decisão?
Em 77, a ditadura era explícita. Fui expulso um ano antes, na primeira fase do campeonato, mas guardaram o julgamento. Como o [Serginho] Chulapa tinha sido expulso na semifinal, resolveram me julgar. Uma força de interesses superior. Eu era o artilheiro do campeonato, fiz gol em todos os jogos, minha melhor fase. Já tinha trocado de roupa no vestiário quando veio a ordem [para não jogar]. Esse foi o dia mais triste de Belo Horizonte: 5 de março de 1978 [data da decisão do Brasileiro de 77].

Esse é um trecho de uma recente entrevista de Reinaldo a revista Placar. Nessa entrevista, Reinaldo diz que comemorava seus gols com o punho esquerdo erguido, um gesto tipicamente socialista, porque era importante mostrar resistência ante a ditadura militar.
Reinaldo continuou sua carreira sem conquistas de nível nacional, apesar de o Atlético ter um excelente time, mas teve muito sucesso nos campeonatos estaduais, que à epoca tinham muito mais importância que hoje. O Rei das massas venceu o estadual de 1976 de modo invicto e ganhou o mineirão seis vezes seguidas, de 1978-83. 

Com a seleção brasileira, Reinaldo venceu alguns torneios, mas nenhuma Copa do Mundo ou Copa América. Também o único mundial disputado pelo craque foi o de 1978, no qual ele marcou uma vez, comemorando com o característico punho esquerdo, apesar de ameaças feitas pelos militares.
Entre os 14 gols de Reinaldo pela seleção, encontra-se o que classificou o Brasil para a Copa do Mundo de 1982, mas Reinaldo acabou cortado da mágica seleção de 1982, sem maiores explicações. Em 1985, saiu do Atlético tendo marcado 255 gols pelo time profissional, e se aposentou jogando pelo Telstar da Holanda, na temporada 87-88.

Este é Reinaldo, um dos melhores atacantes que o futebol brasileiro produziu, mas injustamente pouco lembrado pela imprensa. O futebol brasileiro precisa de mais Reinaldos.

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terça-feira, 16 de outubro de 2012

Brasil 4 x 0 Japão

E após alguns jogos meio chatos, finalmente a seleção jogou uma partida de verdade, contra o bom time do Japão. O placar não traduziu o que foi o jogo, porque o primeiro tempo foi muito equilibrado.
No começo da partida, Brasil e Japão apresentaram um bom toque de bola e criaram algumas oportunidades de marcar, mas acabaram não concretizando. Aos 12 minutos Paulinho recebeu, longe do gol, e acertou um chute forte no canto, marcando um golaço. Aos 16 minutos, Paulinho, na minha opinião o grande destaque da vitória do Brasil ao lado de Kaká, recebeu bom passe de Neymar, driblou o goleiro e quase fez mais um.
O jogo seguiu e em boa troca de passes do ataque brasileiro o juiz marcou... o que ele marcou? Ele deu penalti, mas digamos que ele não foi muito feliz na marcação. Neymar não tinha nada com isso, correu para a bola e fez o segundo do Brasil.
Após uma bela inversão de Hulk, Kaká tocou para Neymar, que tentou o chute e acabou chutando para fora. O Japão respondeu com o chute de fora de Hasebe, que foi bem defendido por Diego Alves. Os asiáticos estiveram perto do gol em mais um lance, mas o juiz paralisou marcando impedimento.  O Brasil chegou novamente com o chute na trave de Kaká. E assim acabou o primeiro tempo.
Aos 2 minutos da segunda etapa, Oscar cobrou escanteio, Neymar matou no peito, errou o chute, e fez o gol. Um lance curioso, em que o atacante do Santos acabou finalizando mal, mas a bola desviou no zagueiro japonês e entrou.
O Brasil seguiu levando perigo, como em uma falta que bateu na trave, cobrada por Hulk, enquanto o Japão a essa altura. Aos 21 minutos, após bela jogada de Neymar, Ramires fez o quarto gol do Brasil, mas a arbitragem anulou o gol, alegando que a bola saiu pela linha de fundo. Parece que novamente houve um equívoco.
O jogo seguiu morno, com o Japão atacando cada vez menos. Em uma das raras subidas do time Japonês, Kaká puxou contra-ataque para o Brasil e marca um belo gol. Depois do quatro a zero, a seleção brasileira passou a tocar a bola esperando o fim do jogo. Kaká, Neymar, Oscar e Hulk foram substituídos. No finalzinho, Lucas quase marcou o quinto da seleção.
Bom jogo do Brasil, com uma bela atuação dos volantes e do quarteto ofensivo, boas defesas de Diego Alves e uma atuação segura da defesa. O Japão também jogou bem, e se tivesse marcado primeiro, poderia ter complicado bastante a partida.

Os gols da goleada do Brasil.

Os melhores momentos da boa partida da seleção.


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domingo, 14 de outubro de 2012

Kaká pode voltar ao seu melhor futebol?

Desde 2010, Kaká tem sido uma incógnita. A série de lesões tirou dele o status de estrela no Real Madrid para colocá-lo na reserva. No entanto, nesse ano Kaká teve algumas boas atuações no clube espanhol, e por isso, voltou a vestir a camisa da seleção na partida contra o Iraque e levantou a seguinte questão: Kaká pode voltar a jogar seu bom futebol e ser o líder da seleção?
Algumas pessoas dizem que ele está acabado, mas a resposta para a pergunta apresentada, tranquilamente, é sim. Kaká não é mais nenhum menino, mas ainda tem 30 anos, ou seja, não está velho para jogar 2014. Além disso, ele acumulou muita experiência na Europa, principalmente em seu tempo no Milan, quando jogou duas finais de Champions League.

Duvidar de alguém que já jogou assim? Eu não, muito obrigado.

Eu não duvido de Kaká, porque é um cara que já provou que é capaz de jogar muito várias vezes, e não está muito velho. Alguém pode argumentar que eu não posso achar que ele vai voltar a ser muito importante só por causa do que ele já fez, mas, veja bem, todas as pessoas em quem confiamos, tem nossa confiança por seu passado. É tudo uma questão de quão recente é esse passado. Por exemplo, quando Messi entra em campo, todo mundo espera que ele dê um show, porque ele tem feito isso nas últimas temporadas.
Não é só por causa do que fez em seus tempos de Milan, que o colocou seis vezes entre os dez melhores jogadores do mundo, que eu acredito em Kaká. Ele realmente está mostrando uma recuperação interessante. Na última Champions, Kaká foi um dos líderes no ranking de assistências, dando cinco passes para gol.
O grande obstáculo para a recuperação de Kaká é o Real Madrid. O brasileiro precisa de uma sequencia de jogos, mas se quiser fazer isso no clube espanhol vai precisar colocar no banco Mesut Özil, que recentemente recebeu a premiação de 10º melhor jogador da Europa. Levando em consideração que Özil joga muito, e que Kaká tem menos tempo para demonstrar suas habilidades, é quase impossível que o brasileiro se torne titular no time de Mourinho.

Lances de Kaká pelo Real Madrid

Termino assim esse breve comentário sobre Kaká, com uma grande sensação de que só falei coisas óbvias, mas porque os fatos realmente parecem ser bem simples. Resta a nós brasileiros torcer pela recuperação de Kaká, seja lá onde ele esteja jogando, porque nossa seleção precisa de um líder para 2014 e ele jogando seu melhor futebol tem plenas condições de exercer esse papel.

Relembre um golaço de Kaká contra o Manchester

Gol de Kaká em sua recente partida pela seleção, contra o Iraque. Na realidade jogos assim, são bons para os jogadores adquirirem confiança, mas são só treinos televisionados.


Kaká com a camisa da seleção, como espero vê-lo desempenhando seu melhor futebol.


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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Sai, sai, sai, sai que é sua, Taffarel!

Atendendo a pedidos de alguns amigos, falarei hoje do grande goleiro Taffarel. Taffarel defendeu a seleção Brasileira em mais de 100 partidas e três Copas do Mundo, ao longo de uma década inteira. Em 1994, Taffarel foi fundamental para que o Brasil conseguisse o tetra.
Individualmente, venceu duas vezez a Bola de Prata da Placar (melhor em sua posição), em uma delas sendo votado o melhor jogador do Campeonato Brasileiro e foi votado 8 vezes entre os 10 melhores goleiros do mundo, incluindo dois terceiros lugares (melhor posição que um brasileiro já ocupou). Além disso, segundo a IFFHS, é o segundo melhor goleiro sul-americano dos últimos 25 anos, mas alguns acham que foi o mais do que isso, tanto que o FIFA 2012 o incluiu no seu "Classic Eleven" (seleção de todos os tempos).
Como podem ver, trata-se de um goleiro genial, que na minha humilde opinião, só não venceu nenhum prêmio de melhor goleiro do mundo por uma injustiça da IFFHS. Mas não só a IFFHS foi injusta com Taffarel. O reconhecimento do público também não é o que se deve a um jogador desse nível, e vemos isso no youtube: os vídeos com lances do goleiro, são poucos, assim como o número de acessos desses vídeos.

Cinco minutos de grandes defesas de Taffarel. Nesse vídeo, estão inclusas as defesas nos penaltis da Final da Copa de 1994 e as defesas da semifinal de 1998. Acho o título desse vídeo um pouco exagerado, mas tudo bem.

Após pesquisar um pouco, encontrei dispersas em outros vídeos algumas defesas de Taffarel, e as reuni aqui.

Cláudio Taffarel iniciou sua carreira no Internacional, em 1985. Não era um goleiro de defesas muito acrobáticas, destacando-se pela boa colocação. No Brasileirão de 1987, foi vice-campeão e recebeu a Bola de Prata da Placar. Ainda em 1987, conquistou a medalha de ouro nos Jogos Panamericanos de 1987, com a seleção brasileira
O ano de 1988 foi um ano de muitas premiações para Taffarel. Para começar, após mais um vice-campeonato brasileiro com o inter, venceu outra Bola de Prata da Placar e o prêmio de melhor jogador (não só goleiro) do torneio. Nesse mesmo ano, estreou no time principal da seleção, ainda representando o Brasil nas Olimpíadas de 1988, onde já pôde demonstrar sua perícia em defender penaltis, mas teve de se contentar com a prata. Ao final daquele ano, Taffarel foi eleito o terceiro melhor jogador das américas pelo jornal "El Mundo" (mesma premiação que Neymar recebeu ano passado).

Vídeo rápido sobre a campanha do Brasil nos Jogos Olímpicos de 2012, mostrando três penalidades defendidas por Taffarel.

Em 1989, Taffarel conquistou a Copa América de 1989, quebrando um jejum de 40 anos do Brasil no torneio. Já com uma premiação de sétimo melhor goleiro do mundo (1989), Taffarel deixou o Internacional após a Copa de 1990, sem vencer nenhum título. O goleiro brasileiro foi jogar no Parma da Itália, mantendo-se entre os melhores do mundo de 90 a 92 (votado 5º melhor do mundo em 90, 3º em 91 e 7º em 92).
Na equipe italiana, venceu seus primeiros títulos por clubes, conquistando a Coppa Italia na temporada 91-92 e a Winner's Cup na temporada 92-93. Nessa temporada, Taffarel acabou perdendo espaço no time, e ao término dessa temporada foi negociado com o rival local do Parma, o Reggiana.
O Reggiana é uma equipe modesta, em toda sua existência participou da primeira divisão do Italiano três vezes em toda sua história, sendo a 93-94 a primeira delas. Naturalmente, era esperado que o Reggiana caísse, mas com Taffarel no gol, não foi isso que aconteceu.
No italiano de 1993-94, o Reggiana teve a quarta melhor defesa do torneio, e escapou do rebaixamento na última rodada, vencendo o Milan em pleno San Siro, por 1 a 0. Nesse jogo, Taffarel fez grandes defesas, incluindo a defesa de um penalti. Considerado um dos melhores goleiros do Campeonato Italiano, Taffarel foi convocado para a Copa do Mundo de 1994.

Procurando lances de partidas do Reggiana, consegui encontrar algumas belas defesas de Taffarel na temporada 1993-94, que se encontram neste curto vídeo. A última defesa é contra o Milan, no mesmo jogo em que ele defendeu um penalti (não achei esse lance).

Na Copa do Mundo de 1994, Taffarel foi peça chave para a conquista do Brasil, que na época foi a defesa campeã menos vazada da história dos mundiais, tomando apenas três gols. Apesar do recorde, Taffarel ficou em terceiro nas eleições de melhor goleiro da Copa e do Mundo em 1994. A decisão foi contra a Itália, nos penaltis, terminando com o famoso chute para fora de Baggio. 


Melhores momentos da Final da Copa do Mundo de 1994

Após o mundial, Taffarel se transferiu para o Atlético Mineiro, clube que defendeu entre 1995 e 1998. No Galo, venceu o Campeonato Mineiro de 1995 e a Copa Conmebol de 1997. Em 1997, venceu a Copa América e Copa das Confederações, voltando a ter seu nome entre os dez melhores goleiros do mundo, com o nono lugar. 
Na Copa do Mundo de 1998, Taffarel acabou sofrendo mais gols do que no mundial anterior, mas teve uma boa atuação, sobretudo contra a Holanda, fazendo boas defesas no tempo regulamentar e defendendo dois penaltis. O Brasil saiu com o segundo lugar nesse mundial. Abaixo, duas opções de vídeo para os melhores momentos.

Para ver Ronaldo e Taffarel acabando com a Holanda com boa imagem, mas com narração sem graça, assista esse vídeo.

Para ver Ronaldo e Taffarel acabando com a Holanda com uma imagem ruim, mas com uma narração emocionante, assista esse vídeo.

Após a Copa de 1998, Taffarel foi jogar no Galatasaray, da Turquia. Sua passagem foi bastante vitoriosa, conquistando entre 98 e 2001 duas Copas da Turquia (1999 e 2000), dois Campeonatos Turcos (1999 e 2000), uma Copa Uefa (2000) e uma Recopa Europeia (2000). Na final da Copa UEFA, Taffarel fez grandes defesas, e foi eleito o melhor jogador da partida. Em 2000, embora não jogasse mais pela seleção, Taffarel foi votado o sétimo melhor goleiro do mundo.

Milagre de Taffarel contra o Arsenal, na final da Copa UEFA

Depois de 2001, Taffarel foi jogar no Parma, conquistando mais uma Copa da Itália, em 2002. Taffarel encerrou sua carreira em 2003, aos 37 anos, após sofrer um acidente de carro quando estava indo assinar contrato com o Empoli, entendendo o acontecido como um "sinal divino" para encerrar sua carreira. Atualmente, Taffarel é treinador de goleiros no Galatasaray.

Não poderia encerrar de outro jeito. Sai que é sua, Taffarel!








sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Paolo Maldini, Il Capitano

Quase todos os jogadores de quem nós falamos até hoje são conhecidos por sua habilidades no campo ofensivo. Mesmo ao falar de Falcão, que era um volante, nós destacamos a sua grande capacidade de chegar ao ataque. Hoje é um momento de reconhecer que parar jogadas também pode ser uma arte, e para isso vamos falar, talvez, sobre o melhor defensor de todos os tempos, Paolo Maldini. Maldini tinha habilidade para jogar tanto como zagueiro central quanto como lateral esquerdo, e era ambidestro.

Alguns desarmes de Paolo Maldini. Aos 7 segundos, o jogador de quem ele toma a bola é Maradona. Apesar de ser um vídeo curto, vocês poderão ver, entre outros, Rivaldo, Zidane e Henry sendo desarmados.

Paolo Maldini iniciou sua carreira na temporada 1984-85, jogando uma partida pelo campeonato Italiano, com apenas 16 anos. Na temporada seguinte, já era titular do Milan.  Apesar de sua pouca idade, Maldini já atuava em alto nível.
"Ele era muito jovem, por isso eu tentei dar alguns conselhos a ele, mas não era necessário, ele já era um grande jogador." - Franco Baresi, o lendário líbero italiano, que na época era capitão do Milan.
Durante sua carreira, Maldini venceu muitos títulos, com destaque para os sete campeonatos Italianos, as cinco Champions League, as duas Copas Intercontinentais e o Mundial de Clubes.
Em 2003, como capitão, Maldini venceu a Champions League e levantou a taça em um campo inglês (Old Trafford), assim como seu pai havia feito 40 anos antes, pelo mesmo Milan e em um campo inglês (Wembley).
Apesar de suas boas atuações, Maldini não venceu torneio algum pela Itália, mas destaco a tremenda falta de sorte em algumas ocasiões: nas Copas do Mundo de 1990 (semifinal contra a Argentina), 1994 (final contra o Brasil) e 1998 (quartas de final contra a França), a Itália perdeu nos penaltys. Já na Euro de 2000 e na Copa do Mundo de 2002, a Itália foi derrotada no gol de ouro, em 2000 na final do torneio. Após a Copa de 2002, Maldini aposentou-se da seleção da Itália, jogando exclusivamente pelo Milan.
Apesar de ser zagueiro, que como ele mesmo disse, chama menos atenção, Maldini recebeu vários prêmios individuas, como o de Melhor do Mundo da revista World Soccer e diversas aparições entre os 10 melhores do mundo no prêmio da FIFA, incluindo um terceiro lugar e um segundo lugar (até então o mais próximo que um zagueiro esteve de vencer a premiação) e na Bola de Ouro (incluindo dois terceiros lugares). Entre os muitos prêmios que ganhou, um que merece destaque é o prêmio de melhor zagueiro da Champions League em 2007, a última que venceu, conseguido aos 39 anos de idade.
Tentei falar rapidamente sobre seus trofeus para, sem ser cansativo, focar em suas habilidades. Vejam o vídeo abaixo, é um dos melhores vídeos sobre Maldini no youtube. Vejam um zagueiro incrível, técnico no desarme, com tempo de bola perfeito e capaz de tomar parte no ataque.

1:23: Maldini desarma Ronaldo

Ronaldo (quando perguntado sobre quem foi o melhor marcador que havia enfrentado e respondendo a pergunta de se ele havia marcado contra o zagueiro): Foi o Paolo Maldini. Tenho até muitos gols contra ele, mas teve jogo também que eu não fiz nada.
Zidane (falando sobre Maldini, trecho adaptado): Quando estava cara a cara com ele, preferia o outro lado.

Mais lances de Maldini contra, segundo o defensor, o maior atacante que ele enfrentou.


Com citações como essa de Ronaldo e Zidane, vemos o quão bom Maldini era marcando. Na realidade isso fica claro com as imagens que colocamos, mas é sempre bom colocar citações. Maldini conseguiu algo extremamente difícil: teve uma carreira longa, de 25 anos, e foi excepcional durante todo esse tempo, tendo participado de alguns dos melhores sistemas defensivos da história, como o da equipe do Milan do final dos anos 90. Abaixo um documentário sobre este grande craque.

Mais uma vez, utilizando "Football's Greatest", uma produção da Pitch International. Já mencionei como gosto dessa abertura? O episódio sobre Maldini é muito interessante, principalmente se você entender inglês. Caso contrário, o vídeo apresenta mais alguns lances interessantes.

Sempre que algum adversário vinha subindo para o campo de ataque, o capitão Nascimento Maldini avisava: Não vai subir ninguém.











quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Superfiasco das Américas

Hoje é o segundo jogo entre Brasil e Argentina no Superclássico das Américas de 2012. Vamos tentar escrever o comentário dessa partida durante o jogo (vou escrever o que eu estiver vendo da partida, acho que servirá como um registro interessante). Vejamos o quanto eu queimo ou não a língua.

1º Tempo

Estou com um pouco de dor de cabeça e cansado, tenho prova no colégio amanhã cedo. Realmente vou perder meu sono vendo essa "pelada"? Vamos tentar. Enquanto o jogo não começa uma observação. Achei interessante a formação do Brasil (não concordo com todas as peças, mas o desenho tático parece interessante), os três volantes podem funcionar bem, se a ideia for que os volantes tenham a mesma liberdade que tem em seus respectivos times, podendo chegar ao ataque. Se não for isso vai ser horrível, o Brasil, com o time que tem, não pode jogar na retranca contra o 37º time da Argentina. Ufa, vai começar.

Já comecei errando. Comprovando a teoria da relativididade, a luz realmente foi mais rápida e caiu antes do Neymar. Mas ninguém ia adivinhar que o refletor ia dar problema, certo? Esse jogo vai começar quando? Já são dez e meia. Mais 30 minutos? E fica o registro de que nem a AFA está interessada na partida. Vamos ver Gabriela.

É meus amigos, não teve jogo. Grande registro esportivo. Foi escrito enquanto eu, exausto, poderia estar dormindo, mas fiquei acordado esperando o jogo começar. Mas não se preocupem! Aqui vocês verão uma partida importantíssima entre Brasil e Argentina.

1,2,3, a Argentina é freguês (rima forçada e errada gramaticalmente)

A partida colocada foi disputada na segunda fase Copa do Mundo de 1974. Na época ainda se disputava a Copa Roca (que foi a inspiração para o Superclássico), por isso achei que seria temático. Aproveitem o jogo, foi uma boa partida (ok, nem tão boa assim), em que o Brasil venceu com uma grande atuação de Rivellino.






segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Neymar, aprenda com Messi

O título desse texto ia ser "Neymar não é Deus", e seria um bom título, tamanha a bajulação em torno do craque santista. Sim, craque. Neymar joga muito bem, tem futuro e pode evoluir muito. Claro, ele ainda não está perto do nível de Messi ou Cristiano Ronaldo e eu acho que deveria ir para a Europa para se desenvolver mais rápido.
Enquanto Neymar continua no futebol brasileiro, vemos a imprensa cada vez mais babando a "jóia" santista. Nunca vi tanto endeusamento a um jogador. A placar recentemente publicou uma edição com uma foto do Neymar crucificado na capa.
Ontem, na partida entre Santos e Grêmio, Nielson Nogueira Dias expulsou Neymar, após um lance em que o mesmo pisou no outrora companheiro de time, Pará.

Neymar pisa na barriga de Pará e toma vermelho

O que eu pensei quando soube da expulsão? Pensei que finalmente um juiz tinha tido coragem de expulsar o Neymar, que já merecia ter sido expulso em outras ocasiões e não havia sido. Só que para parte da imprensa brasileira, não é bem assim.
Hoje comentaristas como Denilson, defenderam Neymar no jogo aberto, e se fala até em perseguição da arbitragem ao jogador santista (o técnico Muricy também acha isso). Mas Neymar pisou em um adversário no chão, covardemente, e não era para ser expulso? Rapaz, se fosse o contrário Pará pegaria um gancho de vários jogos no STJD (como quem pisou foi Neymar nada acontecerá).

Na semifinal da Libertadores 2012, Neymar levantou o Cástan. Foi expulso? 

Tite, técnico do Corinthians, comenta a arbitragem de uma partida entre Corinthians e Santos. Aos 2:32, Neymar pisa em Guilherme Andrade, do Corinthians. Pelo visto ele gosta desse negócio de pisar em jogadores que já caíram.

Quando você começa a mostrar atitudes anti desportivas do Neymar sempre surge alguém para falar "Coitado. Ele está estressado porque vem sendo caçado dentro de campo, sofre muitas faltas". A resposta é uma das justificativas para o título. 
Quantas faltas o Messi toma em um jogo? Quantas faltas duras ele já tomou? E quantas vezes você já viu Messi agredindo algum adversário? Messi não fica se jogando o tempo todo sem ao menos ser tocado, e também não fica agredindo ninguém. Vejam no vídeo abaixo lances em que o melhor do mundo até sofre faltas, mas segue jogando (porque não é uma menina).

Neymar, tente jogar assim

Não assim

Neymar tem muito talento, pode sim virar um dos grandes do futebol mundial e nos ajudar muito em 2014, mas tem que jogar direito. Chega de ficar se jogando toda hora e achar que pode ficar batendo nos adversários. 
O endereço dessa página é http://aartefutebol.blogspot.com.br/, então, para não perder o costume de sempre deixar lances espetaculares, finalizo esse post com lances geniais (ou, para combinar, artísticos) de Lionel Messi.

Não é só a não cair que Neymar precisa aprender com Messi