O número de vídeos de Reinaldo é baixo. Aqui está um curto e que demonstra bem o nível deste grande atacante. Só uma observação: a frase de Chico Buarque provavelmente se deve a um equívoco de quem fez o vídeo, porque ele torce para o Fluminense.
Com uma média de mais de um gol por jogo (54 gols e 44 jogos) pelo time juvenil, estreou em 1973 pelo clube profissional do Galo, mas no ano seguinte já começou a ter problemas no joelho. Extremamente habilidoso, sofreu com as faltas, mas ia se tornando cada vez melhor.
Seu progresso culminou no ano de 1977, sua melhor temporada, em que recebeu a Bola de Prata da Placar, e também a de Ouro. Nessa temporada, Reinaldo estabeleceu um recorde ainda não quebrado: a maior média de um artilheiro do brasileirão, marcando 28 vezes em 18 partidas.
O goleiro que sofreu o gol mandou fazer uma placa para o lance.
Infelizmente o título escapou na decisão com o São Paulo, na qual Reinaldo estranhamente não jogou. Na realidade, eventos estranhos acompanhariam sua carreira, como as expulsões contra o Flamengo em 1980 e 1981.
Em 1980, na final do Campeonato Brasileiro, você foi expulso após reclamar de um impedimento, e o Atlético perdeu o título. Essa foi sua maior decepção no futebol?
Não. A maior frustração da minha carreira foi a final de 1977, que não me deixaram jogar, contra o São Paulo. Os militares me impediram.
Houve interferência do governo na decisão?
Em 77, a ditadura era explícita. Fui expulso um ano antes, na primeira fase do campeonato, mas guardaram o julgamento. Como o [Serginho] Chulapa tinha sido expulso na semifinal, resolveram me julgar. Uma força de interesses superior. Eu era o artilheiro do campeonato, fiz gol em todos os jogos, minha melhor fase. Já tinha trocado de roupa no vestiário quando veio a ordem [para não jogar]. Esse foi o dia mais triste de Belo Horizonte: 5 de março de 1978 [data da decisão do Brasileiro de 77].
Esse é um trecho de uma recente entrevista de Reinaldo a revista Placar. Nessa entrevista, Reinaldo diz que comemorava seus gols com o punho esquerdo erguido, um gesto tipicamente socialista, porque era importante mostrar resistência ante a ditadura militar.
Reinaldo continuou sua carreira sem conquistas de nível nacional, apesar de o Atlético ter um excelente time, mas teve muito sucesso nos campeonatos estaduais, que à epoca tinham muito mais importância que hoje. O Rei das massas venceu o estadual de 1976 de modo invicto e ganhou o mineirão seis vezes seguidas, de 1978-83.
Com a seleção brasileira, Reinaldo venceu alguns torneios, mas nenhuma Copa do Mundo ou Copa América. Também o único mundial disputado pelo craque foi o de 1978, no qual ele marcou uma vez, comemorando com o característico punho esquerdo, apesar de ameaças feitas pelos militares.
Entre os 14 gols de Reinaldo pela seleção, encontra-se o que classificou o Brasil para a Copa do Mundo de 1982, mas Reinaldo acabou cortado da mágica seleção de 1982, sem maiores explicações. Em 1985, saiu do Atlético tendo marcado 255 gols pelo time profissional, e se aposentou jogando pelo Telstar da Holanda, na temporada 87-88.
Este é Reinaldo, um dos melhores atacantes que o futebol brasileiro produziu, mas injustamente pouco lembrado pela imprensa. O futebol brasileiro precisa de mais Reinaldos.
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