Alguns gols e dribles deste lendário jogador
O Início: River Plate, Millionarios e Hurácan
Em 1945, o talentoso jovem Di Stéfano iniciou sua carreira no River Plate (a época, o melhor time da Argentina). Acabou sendo emprestado ao Hurácan em 1946, onde marcou 10 gols em 25 jogos. Neste clube, deu mostras suficientes de seu talento para, já no ano seguinte, ser titular do River e da seleção Argentina. Com os Hérmanos, a flecha Loura venceu a Copa América em 47, sendo artilheiro com 6 gols, e com "La Maquina" venceu o campeonato argentino, balançando as redes em 27 oportunidades, mais do que qualquer outro.
Ele continuou com boas apresentações em 1948, embora tenha tido menos sucesso, e, no ano de 1949, junto com muitos outros futebolistas de seu país, foi para o Millonarios. No clube colombiano, venceu a liga nacional deste país em 49, 51 e 52, sendo que neste último ano, chamou a atenção do então presidente do Real Madrid, Santiago Bernárbeu (após seu clube bater os Merengues por 4 a 2). O Real então fez o melhor negócio de sua história: em 53 contratou Di Stéfano impedindo que o mesmo fosse para o Barcelona, que já havia iniciado negociações com o clube colombiano.
Ele continuou com boas apresentações em 1948, embora tenha tido menos sucesso, e, no ano de 1949, junto com muitos outros futebolistas de seu país, foi para o Millonarios. No clube colombiano, venceu a liga nacional deste país em 49, 51 e 52, sendo que neste último ano, chamou a atenção do então presidente do Real Madrid, Santiago Bernárbeu (após seu clube bater os Merengues por 4 a 2). O Real então fez o melhor negócio de sua história: em 53 contratou Di Stéfano impedindo que o mesmo fosse para o Barcelona, que já havia iniciado negociações com o clube colombiano.
Partida entre Real Madrid e Millonarios, em que Di Stéfano marcou o segundo e o quarto dos colombianos
O Auge: Real Madrid (54-60)
Algumas coisas devem ser ditas antes de falarmos sobre os feitos da Flecha Loira no Real Madrid. A primeira delas é que, na época de sua chegada, o Barcelona, que contava com László Kubala, começava a se notabilizar, tendo vencido os dois últimos Campeonatos Espanhóis, assim como as três Copas da Espanha anteriores. Além disso os merengues nem de longe eram a potência que são hoje, estando a mais de 20 anos sem levantar um troféu da Liga. Naturalmente, com a chegada do craque argentino (que a essa altura já se naturalizara colombiano), as coisas mudarão para os Blancos.
Logo em sua primeira temporada, Di Stéfano leva o Real Madrid, que também havia contratado Francisco Gento, à conquistar o Campeonato Espanhol, já sendo artilheiro do certame. Os Merengues levaram também a edição 54-55 da Liga, a segunda com o argentino. Mas isso era apenas o começo. Na temporada seguinte monta-se a primeira edição do que hoje conhecemos como UEFA Champions League e os Blancos vencem a competição, com a Flecha Loira marcando em todas as fases.
Final da primeira Champions, emocionante 4 a 3. Di Stéfano fez o primeiro gol do Real (o terceiro no vídeo).
Mas as coisas ficariam ainda melhores: no ano seguinte o Real deixa seu time ainda mais forte, contratando o francês Kopa, e pela primeira vez vence o Espanhol e a Champions na mesma temporada. Di Stéfano, artilheiro e principal jogador do time, após se naturalizar Espanhol (em 57 estreou por sua terceira seleção, com 3 gols), recebe sua primeira Bola de Ouro.
Di Stéfano jogando pelos Blancos.
Foi o jogador mais inteligente que eu vi jogar, transpirava esforço e coragem. - Bobby Charlton, Bola de Ouro em 66, falando sobre Di Stéfano. O Manchester, em que Charlton jogava, foi eliminado pelo forte Real Madrid nas semifinais da Champions em 57.
O Real seguia se reforçando, e ia colecionando títulos. Para a temporada 57-58 o grande reforço seria o zagueiro uruguaio Santamaría. Mais um campeonato Espanhol e mais uma Champions viriam. No entanto, em 58, Di Stéfano acabaria sendo "esquecido" pela Bola de Ouro, possivelmente por não ter jogado a Copa do Mundo naquele ano. Seu colega de time Raymond Kopa ficaria com o prêmio.
Os Blancos se reforçavam a cada ano, e como tudo que é bom pode ficar ainda melhor, o próximo reforço do Real Madrid seria nada menos que Férenc Puskás, que formou uma parceria simplesmente histórica com Di Stéfano. Assim, chega a ser quase desnecessário falar que os Blancos, pela quarta vez seguida, venceram a Champions League na temporada 58-59. Em 59 a Flecha Loira voltaria a receber a Bola de Ouro. Mas seria no ano de 1960 que a equipe de Madrid chegaria ao seu melhor momento.
Na temporada 59-60 o Real Madrid jogou, para muitos, o melhor futebol que um clube já apresentou. Nesse ano os Blancos venceram não só uma quinta Champions League, mas fizeram isso vencendo todos os jogos, sendo 6 a 3 o placar agregado mais apertado da campanha merengue. Na final, venceram a equipe alemã Eintracht Frankfurt por 7 a 3, com três de Di Stéfano e quatro de Puskás.
Os Lances de Di Stéfano na final da Champions em 1960 (o título está errado), vale muito a pena ver.
Os Últimos Anos: Real Madrid (61-64) e Espanyol
Di Stéfano continuou jogando em altíssimo nível pelo Real nos anos que se seguiram, mas acabou tendo menos sucesso. Mesmo assim venceu quatro Campeonatos Espanhóis seguidos da temporada 60-61 até a 63-64. Todavia, na primeira das temporadas citadas, os Blancos foram, pela primeira vez, eliminados da Champions, e pelos seus rivais, o Barcelona. O clube catalão tinha o então Bola de Ouro Luis Suárez (não confundir com o uruguaio), e eliminou os Merengues em uma partida na qual o brasileiro Evaristo de Macedo (não confundir com o jornalista) marcou o gol decisivo.
Ele estava mais velho, mas vocês podem ver sua qualidade. Aqui seus lances contra a Inglaterra em 63.
Outros pontos altos dos últimos anos de Di Stéfano no Real Madrid foram os vice-campeonatos da Champions em 61-62 (em que foi artilheiro) e 63-64. A Flecha Loira entretanto já contava com uma idade bastante avançada e, após 61, ele passa a não figurar mais entre os indicados à Bola de Ouro. Em 64, já com 38 anos, deixa o Real Madrid, indo para o Espanyol, onde jogou até aposentar-se em 66. Miguel Muñoz, então treinador madrilenho justificou a saída do ídolo com os dizeres:
Alfredo era meu amigo e companheiro de quarto nos hotéis e concentrações. Eu o admirava. Na realidade, me deixava de olhos arregalados cada vez que pegava na bola. Mas já tinha 38 anos e suas condições físicas não eram as melhores. Poderia ter continuado titular jogando somente como ponta, com um raio de ação limitado, como Ferenc Puskás, mas queria seguir estando em todos os lugares do campo. Não podíamos seguir assim.
Mais gols e lances de Di Stefano por Espanha e Real Madrid
Uma Fatalidade: Ausência em Copas do Mundo
Devido a uma série de coincidências, Di Stéfano acabou nunca jogando uma Copa do Mundo. Em 50 não jogou porque a Argentina se recusou a participar do torneio, que era no Brasil. Já em 54 teria jogado pela Espanha, não fosse o fato de ainda não ter a cidadania espanhola, e, portanto não poder ser convocado (Argentina e Colômbia não jogaram nessa edição da Copa).
A Copa de 58 foi a única edição em que Di Stéfano, de certa forma, ficou fora por sua própria culpa, pois, já jogando pela Espanha, acabou perdendo a vaga para a Escócia (que a época era uma seleção relativamente forte). Em 62 a Fúria, contando com a Flecha Loira e Puskás, acabou se classificando para o mundial, mas o argentino naturalizado acabou ficando fora do mundial por uma lesão na coxa.
Por seleções o único torneio que venceu foi a Copa América com a Argentina, em 47, à qual fizemos menção no início do texto. De qualquer forma, Di Stéfano segue sendo um dos maiores (talvez até o maior), jogadores do mundo em todos os tempos.
Se Pelé foi o violinista principal, Di Stéfano foi a orquestra inteira. - Helenio Herrera, ex técnico do Barcelona.
Não menos que um gênio do futebol. Descanse em paz, Di Stéfano.
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